«Gil Eanes»

Acabei de ver um belo documentário sobre o «Gil Eanes». Enquanto gafanhão não me foi possível deixar de ficar comovido. Vivi o melhor da minha infância no meio das secas do bacalhau, brincando junto dos gigantescos bacalhoeiros. Alguns à minha volta, incluindo, um irmão, ainda participaram dessa saga. Para quem ficava em terra era uma espécie de morte tácita. Tinha um amigo ao qual perguntávamos por simples solidariedade de camarada de brincadeiras: «O teu pai vem este mês?» O tempo e a familia tinham então outras medidas. Depois era a euforia da chegada, dos excessos de quem passou demasiado tempo no mar, da batelada de brinquedos estranhos comprados às pressas em St. Jonnes para calar a canalha. Hoje a Terra Nova já é uma história velha. Sobrou o pretexto para a fundação mitológica da minha terra. [Sobre Pesca do Bacalhau e Fundação Gil Eanes]