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quarta-feira, maio 31, 2006

Siza em Guimarães

Comments on "Siza em Guimarães"

 

Blogger Ant.º das Neves Castanho said ... (maio 31, 2006 7:45 da tarde) : 

Diz a minha mãe, que nem percebe nada de Arquitectura (mas fez o que o celebrado Vieira nunca fará...): « - Ganha fama e dêta-te a dormir...» (é alentejana e a frase não é dela, é desse figurão impertinente chamado Povo)!

Depois desta descrição tão "familiar", quase me apetece fazer os 300 km (ainda sem TGV...) para ir passear a pé nos Aliados... Ou passar antes de carro, a "testar" as passadeiras...

Já há muito que os sapateiros teimam em tocar rabecão, mas agora são os nossos Arquitectos, famosos ou apenas aspirantes a isso, que cada vez mais descobrem a sua irreprimível vocação de... engenheiros de tráfego!

A tentar mastigar uma bucha aqui no gabinete de trabalho, confesso que até me engasguei com essa tão oportuna descoberta das "regras secretas" do trânsito napolitano!

Até começo a pensar que, afinal, eu se calhar é não devo ser Engenheiro de Tráfego e também, das duas vezes que estive em Nápoles (ambas já depois de 2003), devo ter estado enganado, pois não dei por nenhumas "regras secretas" de trânsito (ou melhor, o que existe é algo bem diferente...).

Mas já sabemos que esta receita-tipo funciona sempre na Terra dos Cegos: quem tem um olho e diz que "viu lá fora" prontos, já ninguém se atreve a discutir...

Boa sorte para os peões portuenses...

Não deixa de ser curioso o paralelismo com o "super-fashion" Parque das Nações: com ou sem regras secretas e ideias-vieiras, o resultado do ordenamento da circulação urbana está à vista: depois de tanta inovação e tanta "qualidade urbanística" (ai, ai...), os peões e as carripanas são geridos a toco de... grades de ferro, como os touros à saída dos curros. Genial e económico!

Depois de tantos ministros e presidentes advogados, economistas e até engenheiros, apetece soltar um brado do fundo da Alma:

ARQUITECTOS AO PODER!

 

Blogger David Afonso said ... (junho 01, 2006 11:21 da manhã) : 

Vá, vá... nem tanto à terra, nem tanto ao mar. Não me parece mal que um arquitecto desenvolva projectos sobre o espaço público com implicações no tráfego desde que devidamente apoiados pelos técnicos especializados. Mas concordo: está na hora dos engenheiros chamarem a si as suas responsabilidades.

 

Blogger Ant.º das Neves Castanho said ... (junho 01, 2006 5:19 da tarde) : 

Plenamente de acordo.

E também sei que, muitas vezes, o problema não está tanto em quem propõe, mas mais em quem aceita sem nada perceber nem, ao menos, discutir.

A intervenção de equipas multi-disciplinares na requalificação do espaço público é mais do que necessária, em muitos casos urgente. Desde que sejam definidos, do lado de quem o deve gerir, programas e objectivos claros.

Também me repugnam as soluções de "ditadura" do ordenamento do trânsito, sobrepondo-se sem qualquer critério a todo o restante "fenómeno" urbano, desde o arquitectónico ao social e cultural!

Lisboa e arredores estão pejadas de exemplos...

 

Blogger AM said ... (junho 01, 2006 5:46 da tarde) : 

a. castanho
já agora não podia escrever (resumidamente) mais alguma coisa sobre as "regras secretas do trânsito napolitano"

 

Blogger David Afonso said ... (junho 01, 2006 6:30 da tarde) : 

Oh, sim! Era uma excelente ideia! Pode até enviar para aqui que nós publicaremos!

 

Anonymous Anónimo said ... (junho 01, 2006 8:40 da tarde) : 

O espírito do lugar?!

 

Anonymous Anónimo said ... (junho 02, 2006 7:06 da manhã) : 

Os 'arquitectos estrelas' não são os únicos culpados but they should know better...
Fica link:Arquitectura, estrelato, "modernismos" e democracia

 

Blogger Ant.º das Neves Castanho said ... (junho 04, 2006 8:46 da tarde) : 

Ora então, muito resumidamente.

Quase não se passa nenhum dia que eu não presencie um acidente, mais grave ou mais insignificante, nas ruas e estradas (são coisas diferentes...) de Lisboa e arredores.

Há dois Verões passei duas semanas em Nápoles e, dada a fama do Sul de Itália, a partir do terceiro dia sem ver acidentes comecei gradualmente a ficar curioso sobre o fenómeno.

No final das férias tive de constatar, apesar da fraca representatividade estatística, que era notável não ter, de facto nunca presenciado nada parecido com um acidente rodoviário enquanto por lá andei, numa Cidade algo caótica e desorganizada, cheia de vielas e motorizadas desgovernadas por tudo quanto é lado.

Por outro lado, aprecebi-me que o trânsito de Nápoles, dadas as inúmeras carências da sua rede viária, usa expedientes arriscadíssimos, que incluem graves infracções às regras do Código.

Conclusão ociosa (a coisa merecia um estudo mais a sério): a razão para não haver (?...) acidentes em Nápoles está, pelas minhas observações, na AUSÊNCIA DE EXCESSO DE VELOCIDADE!!

É verdade, dadas as periclitantes condições de segurança rodoviária que se verificam por quase toda a Cidade (por vezes indescritíveis), a reacção lógica da generalidade dos utentes é... andar devagar!

O resultado é impressionante e está à vista: milhares de situações de "quase" toque, atropelamento, ou despiste, mas sempre se evita o pior à última!

Para um especialista em segurança rodoviária, não podia haver prova mais concludente da (muito negativa) influência do nosso tipo de condução nos conhecidos níveis de acidentologia.

E parece-me que também há outro aspecto importante: dadas as condições económicas, vêem-se imensos carros levemente batidos, com a chapa já enferrujada. Presumo que pouca gente possua segura "contra todos os riscos", por isso há que evitar danos, para o carrito ir durando...

Conclusão: adaptar regras napolitanas ao tráfego em Portugal, só se for para haver ainda mais acidentes, ou então para conseguir o que ainda nenhuma Lei oucampanha de sensibilização conseguiu cá: que se ande mais devegar (sobretudo dentro dos centrso urbanos...)!

 

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