É a América Um Estado Ocidental? I
“A América é uma Europa no exílio.” Jorge Luis Borges “Um novo Império, uma nova burrice.” Nietzsche Devemos muito aos EUA. Entre muito daquilo que já se sabe da história todos os povos fracos devem sempre alguma coisa aos povos fortes, nem que seja a sua própria segurança. Muitas vezes o potencial agressor e o providencial protector são o único e mesmo povo. Somos aliados dos americanos porque os tememos. Mas também os tememos porque somos seus aliados. A todo o momento, a economia de guerra norte-americana exige mercado. A guerra é a continuação da economia por outros meios. E esses outros meios – militares e tecnológicos - são monopólio do Império do Atlântico. Seja lá como for, sabemos que o nosso turbulento amigo manter-nos-á para sempre reféns da nossa eterna divida de gratidão. Afinal de contas eles resolveram-nos duas guerras fratricidas. Seremos cúmplices de todos as suas acções, nunca poderemos nos situar fora da história porque todas as guerras americanas são guerras da Europa. Até porque só existe um lado, o do Império. E não existe história fora do Império. O poder é, obviamente, este hard power, ou seja, o poder da força, mas é também o soft power (Joseph Nye), ou seja, a capacidade de uma nação de influenciar as outras pela sua ideologia, seu sistema de valores, sua cultura. Indiscutivelmente a América é também Império neste sentido. |
Publicado por David Afonso às 23:50
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