Argumento Reversível
O meu amigo Pedro Nuno utilizou um excelente argumento para demonstrar a impossibilidade da existência de deus, ou pelo menos de um número mensurável de deuses. No entanto, convém chamar a atenção para o facto de se tratar de um argumento reversível. Aristóteles e toda a tradição escolástica posterior também sentiram a vertigem do infinito, que é a vertigem da irracionalidade. Aristóteles fala-nos de um "primeiro motor imóvel" como o responsável pelo despoletar de toda a dinâmica universal. Ou olhando para a longa série de causas e efeitos, vê-se na necessidade de propor uma "causa incausada" original. O que torna belo este tipo de argumento é o facto de surgir como uma espécie de resposta instintiva ao horror do infinito, mas recorrendo a uma solução elegantemente racional. O argumento é belo, mas não convicente. |
Comments on "Argumento Reversível"
Prefiro gastar o meu tempo a pensar que Deus não é necessário, como faço aqui. Isto porque a questão sobre a existência ou não de Deus tem ainda muitos buracos e pelo menos assim a questão fica arrumada sem discussões inúteis do estilo "galinha ou ovo".
Prometeu