O Dia Depois De Amanhã
Chegou o dia depois de amanhã. E agora José? Vamos ficar agachadinhos, aqui à beira da Europa, aguardando que o défice degele. Os pequenos profetas de costume saltitam, espumando o mantra de sempre: «É o estado! É o estado!». Indiferentes os luso-ruminantes pensam para si: «É o estado, é! E ele que não me dá um emprego. Deviam despedir essas cambada dos deputados que nos sugam o guito todo! Ah, Salazar... [pausa de saudade]. BEENFIIICAAA!» E lá vai o nosso luso-ruminante rumo à ponte da próxima 6ª feira. Entretanto, o dinâmico-iluminado-jovem economista-pseudo-optimista vai debitando mil soluções por segundo, todas dependentes de uma única variável: os míticos fundos europeus. Temos os mendicantes mais sofisticados do mundo, andam de Mercedes, vão ao Lux e a Bruxelas, que é outra maneira de dizer que vão à merdinha. Alheados da conjectura duas flores viçosas estendem as raízes cada vez mais longe alimentadas por este imenso esterco à beira mar plantado: a banca e o futebol. Uns olham embevecidos para os sobreiros que hão-de ser um campo de golf (está escrito nas estrelas...), outros vivem do tráfico de carne humana (jogadores e prostitutas), sustentado no que há de mais baixo na condição humana-versão lusa. Hoje acordei do lado errado da vida... Vou ali irritar os espanhóis a ver se nos invadem de uma vez por todas e tomam conta de nós. |
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