Profissão: Político
"(...) De há muito tempo para cá (...), toda a gente se queixa da qualidade dos políticos. Que não têm profissão, que nunca trabalharam, que não têm independência (económica ou outra), que nasceram e cresceram na baixa intriga dos partidos, que vivem da subserviência e do oportunismo, que roçam a iliteracia. (...) Os políticos (...) não se atrevem a ganhar mais [em termos remuneratórios] com medo do "povo". Como o "povo" os considera uma bando de parasitas (...), tentam não o provocar recebendo abertamente o que deveriam. Desta cobardia, já institucional, derivam três consequências. Primeiro, só a mediocridade aceita um cargo de responsabilidade (...) numa câmara, num parlamento ou no governo por um ordenado comparativamente irrisório. Segundo, os que aceitam, como por exemplo os deputados, tratam com frequência o seu lugar como se fosse uma sinecura inócua. E, terceiro, uma grossa minoria arranja rendimentos laterais, que oscilam entre o legal e o criminoso, para se compensar de um "sacrifício" em que não vêem valor ou dignidade. O ataque do PS aos "privilégios" dos políticos (...) continua a demagogia do costume." Vasco Pulido Valente, Público, 11.06.2005 |
Comments on "Profissão: Político"
Bem vindo de volta ao activo, doctó pitta.