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sexta-feira, julho 15, 2005

Do Poder Do Teatro

Um fenómeno que ocorra no seio da sociedade, das duas uma, ou é novidade ou já aconteceu. Se é novidade deixa de o ser, se não o é, então é-nos familiar. Seja como for, estará ligado ao repositório de imagens na memória pelo funil da representação. Será pela representação que vou fazer sentido, que me vou ligar e sentir em casa, que vou ao encontro dos desejos, das imagens. Pertencer e ser reconhecido, são essas as forças que giram à volta das imagens. As imagens, quanto a elas, são frutos de poder e de desejo. Assim as imagens respiram, tornam-se receptáculos – aglomeram e formam grupos, massas e comunidades. Assim estabelece-se o teatro do grande drama social possuir pela imagem. Irei usar a imagem para criar e gerir o meu domínio ou então pôr-me no lugar dela para eu próprio ter e ser poder. Vamos atrair, fascinar, dar prazer, meter medo, enganar, incendiar com as imagens. Vou mergulhar, ser possuído e deixar-me levar pela imagem… alimentarei grandiosidades, futilidades e obsessões… farei tudo pela imagem… abraçarei, criarei e destruirei ideologias… passarei despercebido, serei anónimo, neutro, eremita, marginal, anarquista, artista, niilista, dentista ou deputado, inconsciente, descerebrado ou ruminante, serei líder, voz do povo e da razão, mão do bem ou do mal, deus das cunhas e influências, um ídolo sexual…
Imagens que irão determinar e alimentar a potência do grupo, a sua fantasia, a sua força e hierarquia…
As imagens são mais e menos que imagens, imagens casa, imagens contra imagens. Teatro total de olhos fechados que as imagens souberam ocupar…

Enquanto as imagens não forem vistas como imagens, enquanto as imagens forem sempre mais ou menos do que imagens, teremos teatro...

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