O Livro de Reclamações de Domingo: Longe da Vista, Longe do Coração?
O último post do Pedro inspirou-me na criação de uma nova linha de posts: O Livro de Reclamações de Domingo. Uma vez por semana vamos dar largas à rabugice contra as pequenas e insignificantes contrariedades da vidinha. Seguindo o caminho aberto pelo Pedro vou intitular a minha primeira contribuição desta linha: Longe da Vista, Longe do Coração? Não me conformo com essa moda de em alguns restaurantes, não obstante a sua modéstia e impreparação do pessoal, a garrafa do vinho ficar fora do alcance da manápula do cliente. A intenção será, talvez, a de criar um ambiente sofisticado e de bom gosto, no qual não se aceita essa coisa bárbara e terceiro-mundista da garrafinha em cima da mesa como nas tascas. Porém, o resultado é o inverso porque esta gente que abre uma casa a pensar mais no visual e no ambiente do que na comida e conforto do cliente, pura e simplesmente não sabe servir! Os copos vão ficando vazios à medida que a refeição e a conversa discorrem para o seu fim natural. Mas a garrafa não! Fora do nosso alcance, permanece quase intacta, intocável até que o alguém, certamente apiedado da nossa sede lá se digna de os tornar a encher à pressa. E isto, acreditem, estraga qualquer refeição. O vinho não pode ser racionado! Quero a botelha em cima da mesa! Quero as gloriosas nódoas de vinho tinto de volta aos meus jantares! Mais vinho e menos sede! Peço desculpa por algum excesso, mas ainda me sinto transtornado pelo que me aconteceu aqui na velha e tasqueira Invicta num restaurantezeco pretensioso chamado Gira-Pratos: estava a tomar o café sagrado, quando a menina ao se aperceber de que ainda havia um restinho de vinho na garrafa, que com malícia escondera nas minhas costas, tratou de o servir! Lá existe escândalo maior? Vinho com café! Ah! Se tivesse a botelha à mão não teria sobrevivido o vinho até tão tarde! |
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