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terça-feira, novembro 29, 2005

Contas Em Dia (1 de 5)*

A Cristina (no A Baixa do Porto) levantou, já faz algum tempo, a questão da reabilitação do quarteirão de Carlos Alberto. Achei muito interessante o que então foi dito, apesar de não vir acrescentar nada de novo. (recordo que já tinha feito aqui uma apreciação do plano estratégico para o dito quarteirão em Abril). Creio que no preciso momento em que a Cristina escrevia o seu artigo, os proprietários deviam estar a receber as notificações de expropriação. Ora, este é um dos momentos mais delicados de toda a operação de reabilitação, o qual deve ser conduzido com o máximo de cautela e de um modo exemplar por parte da SRU. Não que, ao contrário do que afirma a Cristina, este quarteirão seja dos mais complexos (bem antes pelo contrário), mas porque este é o primeiro e por ser o primeiro, é o que vai marcar todo o restante processo de reabilitação. A predisposição dos investidores e a colaboração dos proprietários vão ser condicionadas por tudo o que acontecer neste quarteirão-piloto.
Em concreto, parece que apenas alguns dos edifícios vão ser expropriados. Menos mal. Desconheço as razões que terão levado a SRU a avançar com esta medida. Não sei se existiria outra alternativa viável ou não. Não sei se todos os proprietários demonstraram uma absoluta renitência em colaborar ou não. Sei apenas que existiam investidores interessados mas, por qualquer razão, não chegaram a acordo com os proprietários. Um dia seria pedagogicamente interessante que SRU nos explicasse em detalhe todos os passos dados nesta operação.
Uma outra situação que me preocupa é a da manutenção dos espaços comerciais. A situação é fácil de compreender: os comerciantes sobreviventes à desertificação da baixa, ao êxodo dos estudantes e à verdadeira infâmia que foi aquela cratera aberta a céu aberto na Praça Carlos Alberto deixada pela Porto2001, estão saturados e cansados. É natural que entre o dinheiro da indemnização e a manutenção da actividade, aproveitem a oportunidade para largarem tudo rumando para outras paragens ou pura e simplesmente para se reformarem. Entretanto, fica aberto o flanco à criação de espaços comerciais devolutos ou subexplorados como se vê por aí em muitos empreendimentos. Só imagino este quarteirão e esta vizinhança com o seu restaurante modesto e acolhedor, com a lojinha de ração de animais (onde ainda me abasteço para as minhas gatas), com o sapateiro, etc. O ideal seria manter este tipo de comércio, por ventura melhorado, mas não reconvertido em espaços anónimos ou pseudo-sofisticados. Será que a SRU acautelou esta situação?
[*publicado n'ABaixa do Porto]

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