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quarta-feira, novembro 30, 2005

O Poeta


Acordo de noite subitamente, / E o meu relógio ocupa a noite toda. / Não sinto a Natureza lá fora. / O meu quarto é uma coisa escura com paredes vagamente brancas. / Lá fora há um sossego como se nada existisse. / Só o relógio prossegue o seu ruído. / E esta pequena coisa de engrenagens que está em cima da minha mesa / Abafa toda a existência da terra e do céu... / Quase que me perco a pensar o que isto significa, / Mas estaco, e sinto-me sorrir na noite com os cantos da boca, / Porque a única coisa que o meu relógio simboliza ou significa / Enchendo com a sua pequenez a noite enorme / É a curiosa sensação de encher a noite enorme / Com a sua pequenez...
[Alberto Caeiro]

«Dá-me os óculos!», foi a sua derradeira frase. Em 30 de Novembro de 1935, aos 47 anos, Fernando António Nogueira Pessoa falecia no Hospital de S. Luís, em Lisboa.

Comments on "O Poeta"

 

Blogger Nuno Maranhão said ... (dezembro 03, 2005 6:09 da tarde) : 

Derradeira frase, quem sabe derradeiro poema?

 

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