Dolo Eventual

David Afonso
[Porto]
Pedro Santos Cardoso
[Aveiro/Viseu]
José Raposo
[Lisboa]
Graça Bandola Cardoso
[Aveiro]


Se a realização de uma tempestade for por nós representada como consequência possí­vel dos nossos textos,
conformar-nos-emos com aquela realização.


odoloeventual@gmail.com


Para uma leitura facilitada, consulte o blogue Grandes Dramas Judiciários

Visite o nosso blogue metafísico: Sísifo e o trabalho sem esperança

O Dolo Eventual convida todos os seus leitores ao envio de fotografias de rotundas de todos os pontos do país, com referência, se possível, à sua localização (freguesia, concelho, distrito), autoria da foto e quaisquer dados adicionais para rotundas@gmail.com


Para uma leitura facilitada, consulte o blogue As Mais Belas Rotundas de Portugal


Powered by Blogger


Acompanhe diariamente o Dolo Eventual

terça-feira, novembro 22, 2005

Os Bons, Os Maus - O Filtro Ao Contrário

De quando em vez - na televisão, nos jornais, nos blogues, um pouco por toda a parte - levantam-te vozes insurgentes contra o vencimento e as regalias dos titulares de cargos políticos. O caminho, em minha opinião, deveria ser precisamente o inverso. Um dos grandes problemas do nosso sistema é, precisamente, esse.
Não se pode lamentar a falta de qualidade da nossa classe política quando se defende - demagogicamente - a prática de corte nos salários/regalias da mesma classe. O rendimento de qualquer profissão depende de vários factores, sendo que um deles é, seguramente, o grau de responsabilidade inerente às funções desempenhadas. Outro será o nível de exigência humana e técnica exigido. Ora, competência e assunção de responsabilidade têm - como quaisquer outros bens disponíveis no ponto de encontro entre a oferta e a procura - o seu preço. Quando se paga com parcos salários/regalias cargos deste calibre, o resultado só poderá ser o alheamento dos bons (que, no sector privado, encontram oferta que satisfaz as suas exigências salariais) e a instalação dos maus. O filtro como que funciona ao contrário. Com todas as impurezas que tal corrente arrasta: tornando-se pouco atraentes aos melhores cargos como, verbi gratia, os de Ministro, Secretário de Estado, Presidente da Câmara, a qualidade das decisões políticas só pode ser má ou, eufemisticamente, menos boa. Por outro lado, o poder corrompe. E a tentação do pecado da corrupção é muita e inversamente proporcional ao salário: quanto mais baixo for este, maior será a probabilidade daquela ocorrer.
Era bom que a demagogia parasse, mas ela não pára. Estão lá os maus.
[Publicado n'O Eleito]

Comments on "Os Bons, Os Maus - O Filtro Ao Contrário"

 

post a comment