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sexta-feira, novembro 18, 2005

Tentativa De Defesa (Mal Conseguida) De Joana Amaral Dias*

1) Compreendo, mas não aceito, as razões que terão levado a Joana colar o caso Luís Miguel Figueiredo à candidatura de Cavaco. Parece-me que a sua intenção terá sido apenas a de rasteirar o candidato e não tanto reflectir sobre a cultura corporativista e auto-proteccionista das forças policiais, que é o que realmente aqui está em causa. Não foi o Cavaquistão que tornou isso possível, mas a longa ditadura de quase 50 anos e da nossa menoridade cívica e da qual teimamos em não sair;
2) Na mesma ordem de ideias também não me parece legítima a colagem que Jorge Ferreira fez de Soares às FP-25. Este tipo de atitude estereliza o debate;
3) Contudo, é óbvio que esta situação tem uma dimensão de responsabilidade política. Ora, justamente o ministro da administração interna de então, Dias Loureiro, afirmou numa curta entrevista dada a uma publicação do «Público», a revista Dia D, que se fosse hoje voltaria a fazer exactamente o mesmo o que fez aquando da crise da ponte 25 de Abril, sem sequer salvaguardar o caso de Luís Miguel Figueiredo! Isto é pura inconsciência política e moral! Um cidadão baleado criminosamente pela sua própria polícia merecia outras palavras do responsável político pelas polícias;
4) Quando li na imprensa que o julgamento em tribunal cível deste caso ía acontecer por estes dias, também tive um flashback mas, ao contrário da Joana, já não encontrei aí o Prof. Cavaco. Na altura, vários sectores viram neste episódio um sintoma de que o PSD se havia descolado da realidade e que governava em roda livre. Um deles foi o próprio Pacheco Pereira num artigo publicado no Público (creio que então até escrevia aos sábados, não era?) que incomodou muita gente. Desse tempo só me lembro de um Cavaco cada vez mais ausente e como um factor de divisão e não de união dos portugueses. O fim do cavaquismo começou justamente aqui, culminando mais tarde com o seu abandono do Governo (precursor de Durão e Guterres...) para se candidatar pela primeira vez à presidência da República.
5) Por último, o caso Luís Miguel Figueiredo é de uma sordidez atroz. Quantos daqueles homens terão dormido em paz todos estes anos? O que disparou, os que encobriram o colega, os comandos que protegeram os seus homens e o ministro que daí lavou as suas mãos? Nem honra, nem justiça...
*[publicado n'O Eleito]

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