Indignação Selectiva
A Associação Não Te Prives – Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais manifestou a sua indignação «face à notícia de que um travesti havia sido assassinado». Na morte a orientação sexual é irrelevante. Os menores que apredejaram este homem até à morte, fizeram-no apenas porque era a parte mais fraca: marginalizado e gravemente doente. Não podia defender-se. Não é a primeira vez que isto acontece. Por coincidência, era um travesti. A indignação selectiva da dita associação fez de mim, por breves momentos um homofóbico. Agora recomposto, pergunto aos (ir)responsáveis da Não Te Prives se esta selectividade não será ela própria uma forma enviesada de homofobia. Morreu um Homem. Tudo o resto é oportunismo. Haja vergonha! |
Publicado por David Afonso às 18:33
Comments on "Indignação Selectiva"
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David Afonso said ... (fevereiro 24, 2006 8:29 da tarde) :
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aL said ... (fevereiro 24, 2006 11:56 da tarde) :
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David Afonso said ... (fevereiro 25, 2006 1:12 da manhã) :
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aL said ... (fevereiro 25, 2006 12:20 da tarde) :
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David Afonso said ... (fevereiro 25, 2006 1:47 da tarde) :
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Anónimo said ... (fevereiro 25, 2006 3:38 da tarde) :
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Anónimo said ... (fevereiro 25, 2006 3:39 da tarde) :
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David Afonso said ... (fevereiro 25, 2006 3:53 da tarde) :
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Anónimo said ... (fevereiro 26, 2006 3:49 da manhã) :
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David Afonso said ... (fevereiro 26, 2006 4:17 da manhã) :
post a commentÉ claro que vende e o problema, mais uma vez, é o aproveitamento de um drama para proveito próprio.
caro david, um pequeno apontamento, travesti não é orientação sexual. é uma opção de guarda-roupa [regra geral os travestis assumem a sexualidade do género em qual se transvestem]!
mas de facto esse é um dado irrelevante...
no entanto as palavras têm um significado que não deve ser deturpado, travesti não é o mesmo que homossexual
Mas não sou eu que digo isso! A dita associação é que diz se tratar de um crime homofóbico. Aliás, a RTP fez um directo em que representantes de associações civicas aproveitavam a oportunidade para pedirem a equiparação do crime contra gays ao crime de ódio racial.
Eu sei perfeitamente que travesti não é = a homossexual. Mas a Associação Não Te Prives parece não saber.
Mas como diz isso é o que menos conta. Morreu, miseravelmente, um ser humano. Só me irritam estes abutres...
desculpa, david, li incorrectamente o que escreveste... e subscrevo a indignação relativamente ao aproveitamento deste crime hediondo para fins de promoção de determinada agenda [por mais legitima que seja, ou não] de determinados grupos de pressão.
digamos que fico um pouco com pele de galinha quando ouço ou leio palavras acabadas em "fobia" quando relacionadas com outros individuos. mas ok, é uma opinião pessoal...
mais uma vez desculpa a leitura abusiva que fiz...
Não tem nada de pedir desculpa. Abuse sempre!
lamento discordar deste blog com que tantas vezes concordo mas, meus senhores, no caso em análise havia (nos termos vindos a público, claro está) um inegável intuitu homofóbico. A serem verdade as notícias hoje publicadas, era constante a perseguição que aquele grupo fazia a homossexuais da noite portuense. A ser verdade, e não obstante o facto de ter sido toldado uma vida humano ser inegavelmente a principal aberração, não é correcto que ultrapassemos o animus criminoso e acusemos gratuitamente as associações LGBT de aproveitamento mediático.
Os melhores cumprimentos e, uma vez mais, parabéns pelo vosso blog
intuito* :)
«A ser verdade...». Percebe? Ainda sem certezas, sem garantias de que se tratava de um crime homofóbico, as associações LGBT não tiveram qualquer pejo em aproveitar a ocasião.
Compreendo perfeitamente o seu ponto de vista, que considero até lógico. Contudo também entendo ser demasiado excessivo falar-se de um "aproveitamento" escandaloso ou de "indignação selectiva" Creio ter sido uma reacção que se impunha...
Os melhores cumprimentos
Qualquer vitima de qualquer ignominia, de qualquer crime, merece a nossa consideração. Querer extrair «certidões» de qualquer crime deste género é reduzir a pessoa apenas a uma das suas faces. Em vez de se preocuparem com o facto de se tratar de um homossexual deveriam era preocupar-se com a degradação e alienação a que a vitima, que antes de o ser já o era, tinha chegado. Já vivi a escassos 200 metros do local em que tudo aconteceu. Foi preciso alguém morrer de maneira tão infame para que a cidade e o país deixassem de fazer de conta de que nada daquilo existe.