Campanha Pelo Voto Aos 16 Anos (3)
Aos 16 anos já se é imputável à luz do direito penal. Isto é: já se é capaz de, no momento da práctica do facto criminoso, avaliar a ilicitude deste ou de se determinar de acordo com essa avaliação. Mas votar só aos 18. |
Comments on "Campanha Pelo Voto Aos 16 Anos (3)"
Ora aqui estão boas justificações para o voto aos 16 anos!
Tenho defendido o recentrar da nossa sociedade, segundo alguns eixos:
politicamente mais a norte, mais "a jovem";
estrategicamente, mais atlantista e lusofonista - defendo um Portugal interlocutor/medidador da Europa com os mundos lusófono, sul-americano, e... islâmico.
Deixo alguns extractos do passado como contributo para as vossas reflexões:
extracto de texto programático da candidatura presidencial, Março de 2005
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- Baixar a idade de voto e reduzir a idade para candidatura à presidência: 35 anos é demasiado. No ancien regime do séc. XIX, hoje apressadamente tido por “tacanho” e “fechado”, chegou a confiar-se a estudantes a reitoria da Universidade de Coimbra, confiou-se a um “garoto” de 24 anos de nome Nun’Álvares (1360-1431) a resistência à carga de 30.000 espanhois e entregou-se a um jovem com 30 anos por completar, de seu nome Vasco da Gama (1469-1524), uma armada com que deveria (só) enfrentar escorbutos, traições como a de Mombaça, negociações complicadas como aquela com o Samorim de Calecut e... revelar a uma Europa expectante o caminho marítimo para a Índia e o Índico.
Luís Botelho Ribeiro
Paredes, Março de 2005»
extracto de um texto de 2003
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Afirmar o ponto de vista mas também as rupturas que quisermos fazer com a “velha maneira de fazer ou não-fazer as coisas acontecer, ou mesmo de fazer as coisas não-acontecer”, como tantas e demasiadas vezes tem acontecido na nossa triste história do “não-contecer”, tem de ser um acto próprio, directo – jamais “por procuração”! Quem quer, afinal, quem ganha com o contínuo “desacontecer” dos “Acontece” do nosso país, da nossa cultura? Em Castelo de Paiva, na Serra da Arrábida, na floresta portuguesa queimada no verão de 2003, também nós já três vezes vimos e sentimos na carne este “desacontecer”, este botelhiano “Adeus Português” aos caminhos do verdadeiro desenvolvimento.
Diante disto quem pode calar? Quem pode ficar quieto e sossegado? Temos de tomar a palavra, como um José Estevão diante da mordaça civil, como um Carlos Paredes à guitarra na sua Inquietação, como um fernando Pessoa à pena no seu “Livro do Desassossego”!
E assim eu penso que os estudantes, os jovens empresários, os jovens agricultores, os jovens profissionais que nas mais diversas áreas de actividade lutam silenciosa e quotidianamente contra o peso de um certo “velho sistema” herdado, contra os “velhos do Restelo”, são afinal os mais dignos representantes no presente daquilo que, afinal, mais nos orgulha a todos na nossa História – a capacidade de arriscar, empreender e inovar; a auto-confiança com que poucos enfrentaram muitos e todos se fizeram ao mar.
Por tudo isto, será um serviço prestado ao (futuro do) país a apresentação de um candidato sério à próxima eleição presidencial, apoiado pelas novas gerações do Norte, do Centro, do Sul, das Ilhas e Emigração. Esta candidatura, qualquer que seja o seu resultado nas urnas, será um sinal de afirmação cívica das expectativas de toda uma geração que não aceita ficar eternamente na expectativa do que outros decidam como melhor para si, de uma geração que já sabe o que quer para si e para o país – e quer dizê-lo!
Luís Botelho Ribeiro
Guimarães, Novembro de 2003»