O Dolo Eventual convida todos os seus leitores ao envio de fotografias de rotundas de todos os pontos do país, com referência, se possível, à sua localização (freguesia, concelho, distrito), autoria da foto e quaisquer dados adicionais para rotundas@gmail.com
As portagens são o campo da luta ideológica dos nossos dias. Nada como as portagens de auto-estrada para se perceber o rumo da politica dos nossos governos.
Vem um governo e há portagens para toda a gente porque a verdadeira democracia está na existência de uma portagem para cada português. Vem outro e tira as portagens do anterior apenas para voltar a colocá-las noutros locais, mas segundo os próprios com uma orientação estratégica totalmente diferente. De qualquer forma o princípio utilizador-pagador acabou por se generalizar e agora a única solução é pagas ou pagas. E que bem que se paga... Paga nos impostos para a construção, porque não há ponte ou estrada que se faça neste país sem estar devidamente previsto no orçamento de estado, pagas para a manutenção, pagas durante a manutenção e pagas por mais tempo por causa da manutenção. Ao abrigo de uma qualquer convenção de obscuros interesses de manutenção, o Estado cede os seus direitos de dono (quem paga costuma ser o dono e nestas coisas quem paga é sempre o Estado) a uma empresa do Estado, que depois se arroga ao direito de cobrar taxas para manter aquilo que anteriormente já foi pago pelo orçamento de Estado.
Depois disso, o Estado, dono da obra através do pagamento da mesma e da propriedade que passou para a empresa que mantém a estrada, resolve fazer mais uns cobres e privatiza a empresa que anteriormente criou recebendo de volta a maioria dos custos que teve. Não contente, a empresa antes estatal, agora privada, passa a ter administradores próximos da cor que o Estado exibe em cada momento, que se divertem a estender o prazo de concessão sempre que o Estado (que continua a ter de pagar as estradas) pretende rever alguma coisa no contrato de concessão que ele próprio criou. É o negócio da china, menos para a generalidade dos portugueses que não conseguem deixar de pagar várias vezes as estradas por onde tem de circular.
Não percebi onde está o negócio da china que não seja necessário, óbvio e transparente...
tirando a parte da colocação de administradores da cor do partido do governo (prática condenável, mas generalizada)...não percebo o sentido do ironismo.
Há uma verdade no post. As estradas são CARAS e têm de ser mantidas...a manutenção é, em pouco tempo...muito mais cara que a construção... Demagogia barata, Zé?
José Raposo said ... (abril 12, 2006 2:03 da tarde) :
Não Damásio, tu é que insistes em ver o que não está escrito, mas já começo a ficar habituado. Eu não disse em parte nenhuma que as estradas não eram necessárias ou até que eram baratas. Agora a engenharia financeira que está ligada a estas construções e à sua manutenção é tudo menos clara e transparente.
Anónimo said ... (abril 12, 2006 3:56 da tarde) :
Também já estou habituado a que tu digas que eu "vejo" coisas que não tão escritas quando não concordas com os meus comentários...mas, nós entendemo-nos assim ;) O que vou dizer a seguir, sei que é inútil...mas vou insistir:
Eu não disse que tu disseste que as estradas são baratas ou desnecessárias. Sei que sabes que são caras e necessárias e é por isso que escreveste o post. Porque por serem caras servem de "arma de arremesso político"...não me tomes por ingénuo ;)
MAS é isso mesmo que eu critico no teu post: fazes demagogia com as posições dos vários governos, quando o sentido (na minha opinião) tem sido o correcto! Construção pública, com ajuda europeia, concessão privada...manutenção privada! utilizador-pagador generalizado.... Ter em atenção os pormenores (com discussão pública) do tipo: a) haver sempre estrada alternativa há portagem; b)a interioridade, sim ou não?; c)isenção em zonas de congestionamento urbano (esta até foi o Guterres (e bem) que instituiu.
Comments on "Foi você que pediu uma portagem?"
Não percebi onde está o negócio da china que não seja necessário, óbvio e transparente...
tirando a parte da colocação de administradores da cor do partido do governo (prática condenável, mas generalizada)...não percebo o sentido do ironismo.
Há uma verdade no post. As estradas são CARAS e têm de ser mantidas...a manutenção é, em pouco tempo...muito mais cara que a construção...
Demagogia barata, Zé?
Não Damásio, tu é que insistes em ver o que não está escrito, mas já começo a ficar habituado. Eu não disse em parte nenhuma que as estradas não eram necessárias ou até que eram baratas. Agora a engenharia financeira que está ligada a estas construções e à sua manutenção é tudo menos clara e transparente.
Também já estou habituado a que tu digas que eu "vejo" coisas que não tão escritas quando não concordas com os meus comentários...mas, nós entendemo-nos assim ;)
O que vou dizer a seguir, sei que é inútil...mas vou insistir:
Eu não disse que tu disseste que as estradas são baratas ou desnecessárias. Sei que sabes que são caras e necessárias e é por isso que escreveste o post. Porque por serem caras servem de "arma de arremesso político"...não me tomes por ingénuo ;)
MAS é isso mesmo que eu critico no teu post: fazes demagogia com as posições dos vários governos, quando o sentido (na minha opinião) tem sido o correcto!
Construção pública, com ajuda europeia, concessão privada...manutenção privada! utilizador-pagador generalizado....
Ter em atenção os pormenores (com discussão pública) do tipo: a) haver sempre estrada alternativa há portagem; b)a interioridade, sim ou não?; c)isenção em zonas de congestionamento urbano (esta até foi o Guterres (e bem) que instituiu.