A propósito de estranhas formas de celebração do 25 de Abril
José nasceu a 26 de Abril de 1966. Teve uma infância feliz, apesar da rígida disciplina a que era submetido por parte dos pais. Aos 16 anos, José começou a fumar umas ganzas no parque com os seus amigos da escola secundária. Aos 17 anos, experimentou heroína e gostou. Começou a roubar, furtar, falsificar documentos para manter o vício. Envolveu-se com grupos de extrema-esquerda. Aos 20 anos, com a ajuda dos familiares, da namorada e do seu médico, conseguiu, finalmente, libertar-se do vício. Hoje, 20 anos depois, sem ter tido qualquer tipo de recaída, José comemora os seus 40 anos. É médico, tem dois filhos e uma relação equilibrada com a sua mulher. Politicamente está ao centro. É admirado por todos os que o conhecem. José apagou as velas do seu aniversário. Gosta de viver, e sente que a sua vida foi um sucesso. Os excessos, esses, teve-os como toda a gente os tem na juventude. Quando José comemora o 26 de Abril, comemora o sucesso. Mas há Josés que tiveram uma vida em tudo idêntica, e comemoram apenas a desgraça dos 17 aos 20. Melhor: não comemoram, invocando a desgraça dos 17 aos 20 como um bom motivo para não haver comemoração. |
Publicado por Pedro Santos Cardoso às 19:01
Comments on "A propósito de estranhas formas de celebração do 25 de Abril"
Reproduzo aqui o comentário que fiz..seguindo o seu link ao blasfémias..só porque acho que me saíu bem;) :
"Sendo muito claro:
apesar da História do PREC lhe dar razão......isso NUNCA, mas NUNCA...há-de invalidar o simbolismo, a união, a coragem, o momento e mesmo o povo, a forma como aderiu..a ausência de sangue...a originalidade...a FORÇA...o DIA, a madrugada.....
a NOSSA revolução.
Esta frase há-de ser válida sempre (apesar de "apropriada" pelo pcp):
25 DE ABRIL...SEMPRE!
NOTA: sou de centro-direita, nunca votei no ps nem à sua esquerda,e, em 74 tinha 5 anos e meio!!!...."