«Ei-los que partem!»
A RTP às vezes faz coisas boas. O documentário «EI-LOS QUE PARTEM! - HISTÓRIA DA EMIGRAÇÃO PORTUGUESA», que terminou nesta 3ª. feira com um episódio sobre o Luxemburgo (Mas porquê?! Será que vamos ter uma 2ª série?), é uma das melhores produções dos últimos tempos da televisão portuguesa e um dos documentos mais completos e rigorosos sobre esta outra face da portugalidade contemporânea. Por exemplo, registei com muito agrado que os investigadores fossem quase todos desconhecidos do grande público (acho que só a aparição fugaz de Eduardo Lourenço foi a excepção) e oriundos de universidades do norte do país. Este pormenor é relevante porque o grosso da nossa emigração partiu daí mesmo, desde o século XIX até à actualidade e sobre este fenómeno muito e bom trabalho tem vindo a ser feito justamente pelas universidades nortenhas. Estão de parabéns os jornalistas-realizadores Jacinto Godinho, Fernanda Bizarro e Paulo Costa. Queremos mais! |
Publicado por David Afonso às 02:09
Comments on "«Ei-los que partem!»"
Também tenho acompanhado e concordo totalmente. Muito de vez em qunado a RTP tem programas muito bons. Antes deste tinha destacado no Suburbano um sobre ambiente (portugal - Um retrato ambiental) que tb estava muito bem conseguido. A questão dos investigadores do norte é que considero um pouco irrelevante. No fundo são investigadores e por isso até poderiam ser chineses. A esmagadora maioria das familias portuguesas conhece de perto o fenómeno da emigração seja no norte ou no sul. Naturalmente emigrou-se mais no norte porque antes como hoje em dia o norte tem mais gente... De qualquer forma é um excelente trabalho.
Não quero ser mal interpretado. O que eu quero dizer é que a equipa de produção do doc. deu-se ao trabalho de procurar os melhores sobre cada área em vez de ficar pelo investigador mais à mão e principalmente por ter abdicado das "estrelas" do costume. Alguns desses investigadores foram meus professores e são, na verdade, de uma excelência a toda a prova.
Claramente não só devia haver uma segunda série como deviam estar disponíveis na internet os episódios da primeira série. Por estas e por outras é que a RTP fica muito aquém do sua função de serviço publico.