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terça-feira, maio 16, 2006

Não se pode ser perfeito


Deparei-me pela primeira vez com um bilhete de identidade de um cidadão nacional de Angola. Uma das suas peculiares características é a aposição, fazendo parelha com informações como a data de emissão, a validade ou a altura, da profissão (o que faz todo o sentido, nomeadamente para quem esteja contratado a termo, para biscateiros e até para desempregados que encontrem trabalho uma semana após a emissão do BI). A característica da profissão só é mesmo suplantada no que respeita à sua dimensão utilitária pela informação da raça (no caso, negra). Porém, não é suficiente. Sabemos como hoje em dia é importante num documento de identificação a referência ao tamanho das unhas, à tendência ou não para o acne e à orientação sexual. Porque num BI devem constar os elementos identificadores da pessoa verdadeiramente essenciais. Mas não se pode ser perfeito.

Comments on "Não se pode ser perfeito"

 

Blogger Luís Bonifácio said ... (maio 16, 2006 10:25 da tarde) : 

Pois.

No dia 11 de Novembro de 1975, foi restabelecida em Angola a pena de morte, mais de 100 anos depois de ter sido abolida.
Os BI possuem a raça.

E depois nós é que somos racistas!!!

 

Blogger José Raposo said ... (maio 16, 2006 11:54 da tarde) : 

Chiça... o Luis hoje está inspirado... :)
Realmente não se compreende a existência de uma referência à raça nos BIs angolanos. Aliás como tão poucas coisas se entendem em Angola.
Preocupante é a forma como os governos portugueses tratam a situação em Angola como se estivesse tudo bem e toda a gente fosse livre e capaz de se expressar livremente...

 

Blogger Pedro Santos Cardoso said ... (maio 17, 2006 1:54 da manhã) : 

Luís e José,

já repararam que daqui poderiam advir graves problemas de qualificação de cor? A situação é semelhante ao que acontece com a cerveja: pedimos uma cerveja branca, mas se atentarmos bem na sua cor deparamo-nos com o facto de ela ser, na verdade, amarela. Assim também para a raça branca: dizemos branca, mas na verdade é ora um meio rosado, ora um meio castanho, enfim, um limbo policromático. Isto daria logo azo a discussões metafísicas gato-fedorenianas acerca da correspondência entre a cor-real e a cor-raça.

É só mesmo por isto é que eu não concordo com a característica da raça nos BI's.

 

Blogger Luís Bonifácio said ... (maio 19, 2006 3:13 da tarde) : 

Eu cá não vou de modas, peço sempre, alto e bom som, quero uma PRETA (Cerveja).

Já agora a propósito da cor da pele em Angola, a miss Angola deste ano, foi veementemente atacada na imprensa oficial por ser "excessivamente clara".

 

Blogger Suevo said ... (maio 20, 2006 4:41 da tarde) : 

prova que os angolanos são mais inteligentes que os europeus.

 

Anonymous Anónimo said ... (maio 21, 2006 1:23 da tarde) : 

Não venham dar lições de anti-racismo aos angolanos!!! Já repararam que não há fotografia no BI? E que as fotografias de pessoas negras (que é um termo difícil de definir biologicamente) são muitas vezes pouco esclarecedoras?

 

Blogger Pedro Santos Cardoso said ... (maio 21, 2006 9:57 da tarde) : 

Caro anónimo,

o BI não tem fotografia porque a mesma está no verso...

 

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