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terça-feira, junho 27, 2006

A democratização informática

Não há muito que dizer sobre a cobertura total do país em banda larga, até porque a grande maioria dos portugueses vai perguntar: Mas que raio é isto da banda larga?
Mas aconteceu. Agora aparentemente fazemos parte do restritivo grupo de cinco países europeus com uma cobertura total de banda larga, o que não quer necessariamente dizer que atingimos um nível adequado de utilizadores de banda larga. Além disso existem questões sobre os valores praticados, que segundo o governo são dos mais baixos, até porque na maioria destes países são praticadas flat-rates, para determinados níveis de consumos.
Saiu recentemente um estudo sobre a utilização da Internet e dos computadores em geral e a posição em que nos encontramos é francamente desgraçada. A Internet de banda larga é genericamente uma coisa boa, mas como noutras coisas resta saber o que vamos fazer com ela.
A administração pública parece querer de uma vez por todas encontrar formas de contactar os seus "clientes" de forma digital e por isso durante o dia de hoje foi apresentado, ao abrigo do Simplex (sim, parece uma marca de dentífrico) o projecto que contemplará cada cidadão português com uma caixa de correio electrónico ou algo semelhante. Mas ainda assim vão subsistir algumas dúvidas sobre quem vai prestar o serviço (aparentemente são os CTT), quem irá assegurar a sua manutenção, ou até a própria gestão do serviço. Além disso, apesar de o serviço poder ser benéfico na relação do Estado com os cidadãos, não potencia uma maior dinamização dos utentes com a internet até porque não lhes é fornecido qualquer endereço de e-mail mas antes um código de acesso.
Mas o problema real está na utilização destes produtos. Estão os funcionários dos CTT habilitados a ajudar os portugueses com dificuldades de acesso à Internet, explicando como o fazem todos os meses no caso das pensões dos idosos que insistem em receber pelos correios?
Será que os actuais milhares de utilizadores de Internet com domínios de e-mail próprios alguma vez vão interessar-se por este serviço? Ou será que todos os portugueses que já normalmente não ligam nenhuma a esta coisa da Internet vão passar ao lado desta medida e ignorar a apresentação do governo?
São inúmeras as perguntas sobre este projecto que surge no âmbito do Simplex, mas que é bem capaz de lançar confusão suficiente, para a qual não haverá simplicidade que lhe valha.
O essencial fica por fazer. A educação tecnológica deste país continua pelas ruas da amargura. Os computadores e Internet continuam a ser vistos, dentro e fora da administração, como gigantescas máquinas de escrever e a utilização principal da Internet vai continuar a ser a consulta de sites com gajas descascadas.
A criação de um e-mail para cada português, deveria ser o objectivo para um projecto de desenvolvimento de competências para as novas tecnologias e não o seu início. Não basta dotar o país de banda larga como se a actual banda "estreita" já não desse para as encomendas, nem criar caixas de correio alternativas que a maioria das pessoas nem vai usar. Ficamos a aguardar novidades Simplex, para que possamos perceber melhor como os portugueses podem aderir a esta nova vaga de modernismo.

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