Mais um inocente
Ontem foi libertado da cadeia, onde estava detido em Omã, o electricista português acusado e julgado à revelia pela falsificação de dólares. Em Portugal a família insiste em acusar o Ministério dos Negócios Estrangeiros de nada ter feito para o libertar. Sobre estas questões dos portugueses no estrangeiro é preciso termos alguma contenção sobre os disparates que se dizem. Já em Maio de 2005 tivemos uma situação semelhante com o jovem cineasta português Ivo Ferreira, que foi detido por consumir haxixe. Depois de diversas peripécias e de diversas acusações ao MNE, o jovem Ivo lá foi libertado e ainda teve a lata de criticar a forma como o seu processo foi gerido pelas autoridades portuguesas, que aparentemente não cometeram qualquer crime. Agora vem o filho do português detido em Omã criticar fortemente o MNE, e por isso importa fazer uma reconstituição dos factos. A 23 de Março, Agostinho Alves pretendeu embarcar num voo para Ríade e foi alertado pelo SEF que existia um pedido de captura emitido em seu nome pelas autoridades Omanitas. Apesar do conselho do SEF para que não embarcasse para Ríade, Agostinho resolve embarcar e é detido à chegada à Arábia Saudita. Ora, no meu entender o cidadão português Agostinho Alves foi devidamente avisado pelas autoridades portuguesas mas ainda assim resolveu embarcar. Agora alguém me consegue explicar como é que este problema subitamente passa a ser um problema do Estado Português??? Não entendo... Temos de uma vez por todas de arrumar a ideia que todos os portugueses são honestos e que coitadinhos sempre que têm problemas com a justiça no estrangeiro é porque existe uma grande conspiração contra eles. Começa a não haver paciência para as acusações disparatadas que frequentemente são feitas ao Estado Português porque assim as verdadeiras acusações caem em saco roto... e começa a ser altura dos portugueses se começarem a proteger, não tendo a mania que são mais espertos que os outros. |
Publicado por José Raposo às 10:30
Comments on "Mais um inocente"
Muito bem.
Pegando num dos exemplos, se querem fumar umas ganzas num país onde tal conduta é crime, pois que o façam. Não se queixem é da falta de apoio do estado português se forem apanhados. Era o que mais faltava. O Estado português não é o salvo conduto da impunidade fora das nossas fronteiras.
O MNE só deve intervir quando se tratar de injustiças gritantes, nomeadamente processuais (não ter direito a advogado, estar detido ou preso por um lapso de tempo que excede os limites da razoabilidade, etc).