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segunda-feira, julho 24, 2006

Rivoli (um comentário promovido a post)

Comments on "Rivoli (um comentário promovido a post)"

 

Blogger Mário Almeida said ... (julho 25, 2006 1:29 da manhã) : 

"mas não imponha os seus “gostos” a toda cidade. Lógico que grande parte dela quer Revistas e Morangos, mas por isso mesmo é que é importante um Rivoli forte."

O Carlos Dias acusa o Rui Rio de impor gostos e depois afirma que "grande parte dela quer Revistas e Morangos" e por isso "é que é importante um Rivoli forte" ? O que é isto senão impor gostos ?


Mas talvez o meu problema em aceitar a sua argumentação tenha a ver com o facto de também não saber quem é o Bill T.Jones.
Aparentemente, é um factor decisivo para se perceber por que é que o Rivoli é "uma actividade que não dá dinheiro, nem tem que dar."

O que aparentemente o Carlos Dias não percebe é que qualquer actividade pode não dar dinheiro, mas custa dinheiro.
E alguém tem de a pagar. Garanto-lhe.

 

Blogger Pedro Santos Cardoso said ... (julho 25, 2006 10:00 da manhã) : 

Mário,

as forças armadas não dão dinheiro, nem têm que dar. Assim se passa com os Tribunais, que não dão dinheiro, nem têm que dar. Estas actividades custam dinheiro. E alguém tem de as pagar. Garanto-te.

Já viste o que é um mundo onde a cultura apenas e só seja oferecida pela lógica de mercado? É claro que a maioria pularia de contente por excesso de Toni Carreira, Revista e Roberto Leal. Mas nesse dia estaríamos muito mais pobres. E é esta riqueza acrescida que eu - e muita gente que não tem de ser a maioria - está disposta a pagar através dos seus impostos.

 

Blogger Mário Almeida said ... (julho 25, 2006 11:25 da manhã) : 

Pedro,

Foste buscar talvez os dois melhores exemplos daquilo que SÓ o Estado deve providenciar. A Segurança e Justiça não fazem parte obviamente das "actividades" a que me referia. Pelo contrário, é precisamente para isto que devem servir os impostos.
Mas a Saúde, Educação, Cultura, Transportes, etc, podem (e na minha opinião, devem) ser privatizadas.


"E é esta riqueza acrescida que eu - e muita gente que não tem de ser a maioria - está disposta a pagar através dos seus impostos."
O problema é que não são apenas os "seus" impostos. São os de toda a gente.

O que tu pretendes é que a minoria que gosta de Bill T.Jones seja financiada pela maioria que gosta de Revista e Morangos, sem sequer ter direito aos Morangos.

 

Blogger David Afonso said ... (julho 25, 2006 11:50 da manhã) : 

Em lado algum do mundo se vê a cultura como responsabilidade exclusiva dos provados. Nem nos EUA...

 

Blogger Pedro Santos Cardoso said ... (julho 25, 2006 11:51 da manhã) : 

Caro Mário,

antes de desenvolvimentos, deixa-me dizer-te duas coisas: não faço a mínima ideia de quem seja Bill T. Jones, nem sequer entrei no Rivoli.

Posto isto,

tenho também os meus laivos liberais - o que não é contraditório com o pensamento de um rapaz de centro-esquerda, como o meu. Mas, como em tudo na vida, não sou fundamentalista. Nem só a Justiça e a Segurança devem ser públicas. Muitas outras actividades a par com a iniciativa privada, devem ser finaciadas com impostos. Das que referiste, a Saúde, a Educação, a Cultura. O lucro não é tudo, nem deve ser tudo. Por exemplo, peguemos na Educação. Repara no caso do ensino privado. Têm qualidade? Não.

A Educação faz perder dinheiro ao Estado e alguém tem de o pagar, é certo. Mas não oferece, as mais das vezes, melhor resultado final - e não através de notas inflaccionadas para subida de ranking - do que as privadas?

O facto de alguém pertencer a uma minoria (que, no caso, já não é uma minoria significativa - são cada vez mais, felizmente e a par com a subida dos níveis de educação - as pessoas que vão ao teatro, ouvir ópera, jazz, etc) não tem automaticamente de ver desconsiderados os seus impostos, sob pena de vivermos na ditadura da maioria.

Garanto-te que há auto-estradas neste país que eu nunca utilizei nem vou utilizar. Mas foram pagas com o dinheiro dos meus impostos.

 

Anonymous Anónimo said ... (julho 25, 2006 4:58 da tarde) : 

A maioria que consome a "cultura popular" - ou, talvez melhor, "popularucha", ou "pimba" - tem todo o direito a continuar a satisfazer-se com ela.

O que não quer dizer que não escarnecesse desse seu gosto a partir do momento em que tivesse tido acesso a outro tipo de educação. E esta é que é a verdadeira questão: providenciar uma oferta cultural pedagógica, se bem que não "obrigatória", dogmática ou exclusiva!

Claro que quando se compara a oferta cultural à venda de frangos ou pastas de dentes é o que dá. Mas o facto é que a mentalidade pequeno-burguesa dos portugueses "licenciados" mas iliteratos do actualmente, decididamente, parece não dar para muito mais...

 

Blogger Mário Almeida said ... (julho 25, 2006 5:32 da tarde) : 

Eu não acho que a Educação, Saúde, Cultura, etc devam ser exclusivamente privadas. Há naturalmente aspectos em qualquer área que os privados não têm interesse nem vocação ze aí o Estado deve intervir.

Mas por princípio eu acho que sempre que possível o Estado deve retirar-se porque a gestão privada é sempre melhor que a pública. Não há desperdícios, não há desvios orçamentais, não há jobs for the boys, não há privilégios para ninguém, etc.

E se houver disto tudo, não faz mal : O dinheiro não é nosso !

 

Blogger David Afonso said ... (julho 25, 2006 5:35 da tarde) : 

«Sempre que possível» E o que o leva a crer que no caso do Rivoli isso é possível? Privado é bom é um truismo. Cada situação é uma situação.

 

Blogger Mário Almeida said ... (julho 25, 2006 7:39 da tarde) : 

O caso do Rivoli, aspectos sentimentais à parte, o que é que tem de especial ?

É uma boa casa de espetáculos, melhorada recentemente, com boa localização, parque de estacionamento ao lado, situada numa grande cidade... julgo eu que não deve ser um bicho de sete cabeças para qualquer bom gestor da área ...

 

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