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quarta-feira, agosto 23, 2006

Eu também não vi o Benfica

Tal como o Salvador d' O Telescópio, eu também não vi o Benfica e assisti à entrevista que Eduardo Cintra Torres deu ao Mário Crespo e à intempestiva intervenção de Luís Marinho ao telefone.
Sobre a polémica dos incêndios e sobre o tipo de cobertura que é feita nos canais de televisão, é provável que todos concordemos que nos últimos anos se têm ultrapassado todos os limites a bem de um determinado valor de informar, que muitas vezes terá resultado que jornalistas em inicio de carreira e desejosos de agradar aos patrões, se tenham colocado em situações de perigo.
Nestas reportagens não se conseguia entender nada. O fumo nada deixava ver ou pelo contrário o grande plano das chamas vampirizava qualquer tipo de objectividade do jornalista. Pelo meio, como bem resumido pelo Salvador apareciam jornalistas chamuscados e senhoras em louvores a santos que não lhes acudiam em horas de aflição.
Mas importa perceber o que se passou este ano. No ano passado, em Espanha, foi possível o tal acordo, que estranhamente algumas forças politicas em Portugal criticaram, em que todos os canais adoptaram um determinado estilo de comunicação sobre os incêndios, de forma a frustrar os incendiários e evitar exploração do sofrimento das populações locais.
Em Portugal tal acordo é impensável. Ainda assim, e mais por causa das condições atmosféricas que permitiram uma época de incêndios curta, do que pelo zelo dos canais, foi possível manter algum equilíbrio, algum auto-controle sobre o que se levou ao pequeno ecrã.
Mas parece que a RTP levou demasiado longe essa contenção quanto aos incêndios e resta perceber porquê:

Primeiro: O governo através dos canais próprios pediu a toda a comunicação social que exercesse de alguma contenção ou se pelo contrário apenas o pediu à RTP?

Segundo: Se apenas o fez em relação à RTP, isso constituiu um pedido de contenção nas imagens, ou constituiu uma ordem à RTP para a contenção nas imagens?

Terceiro: Esta comunicação surgiu da tutela da comunicação social ou directamente do gabinete do Primeiro-Ministro?

Quarto: Independentemente do tipo de comunicação enviada pelo governo à RTP (caso tenha existido) qual era o alcance da "recomendação"? O governo pedia que houvesse contenção ou pedia que se ignorasse a notícia?

Se porventura a resposta a todos estes pontos revelar que o gabinete do Primeiro-Ministro ordenou directamente à RTP que ignorasse a notícia, então estamos perante um caso flagrante de censura, pois a RTP pura e simplesmente ignorou que estivesse a arder um centímetro quadrado deste país nesse dia.

O artigo e o Telejornal em causa podem ser visto através do post do Salvador.

Update das 23:17 - A organização do texto não foi inspirada no Abrupto. É mesmo uma coincidência pois só agora li o texto do JPP, que é bastante mais abrangente.

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