Margem de erro
Definitivamente a margem de erro entrou nas nossas vidas. Já todos tínhamos ouvido falar dela e pensávamos que a margem de erro se aplicava sempre que alguns políticos tinham a esperança de se ver à frente das sondagens num derradeiro esforço para tentar convencer o eleitorado que devia ir votar porque até estava em primeiro se não fosse a margem de erro. Sondagens e mais sondagens e a margem até passou a ser companheira do "intervalo de confiança" e nós tornámo-nos mais prudentes na análise da realidade. Agora a DGV resolve adaptá-la mesmo sem pedir cavaco ao Governo. Como aparentemente não é possível verificar se todos os aparelhos de controlo de alcoolemia na posse da Brigada de trânsito da GNR estão ou não calibrados, resolvem aplicar directamente no valor apurado a respectiva margem de erro. Normalmente quando abasteço combustível ou quando vou à praça comprar alguma coisa vejo um autocolante que faz prova da vistoria adequada ao aparelho de medição de combustível ou do peso das laranjas que eu compro. O objectivo dessa vistoria periódica é calibrar esses instrumentos para que ninguém possa ser roubado. Mas na GNR parece não ser possível essa intervenção. Então e algum faz ideia de quantas pessoas foram multada e viram as suas cartas apreendidas por causa da margem de erro? Pois é, parece que alguém se vai ter de lembrar de interpor uma providência cautelar sempre que for apanhado numa operação STOP. |
Publicado por José Raposo às 15:01
Comments on "Margem de erro"
Todos os instrumentos de medida possuem margem de erro. Pode ser minima, mas existe sempre. Todos os intrumentos de medida têm inerentes dois conceitos: precisão e exatidão. Os medidores de alcool no sangue são mais exactos que os "balões". POde mesmo ser técnicamente impossivel melhorar a exatidão dos "balões".
Portanto faz todo o sentido que existindo erro associado a toda e qualquer medição, se previna que o "balão" apenas apanhe quem de direito. Não vejo esta como uma decisão politica, mas sim técnica.
As bombas de gasolina, como qualquer outro instrumento de medição, também possuem um grau de exatidão. Mas certamente que tecnicamente é mais fácil essa medição do que medir o volume de alcool no sangue. Logo a medição da gasolina tem um erro associado negligenciável.
Nelson, não tenciono criticar a ciência que está por trás da margem de erro. Ela existe e por isso deve ser levada em conta.
Mas aparentemente neste caso não é negligenciável... o que coloca questões de como foram feitas as coisas até aqui.
Sim, de facto pode-se questionar o que foi feito até aqui, mas não que vai passar a ser feito.
E eu, como estou de momento a escrever no meu blog, tenho que aproveitar esta ocasião para defender o este Governo. Não é todos o dias! Talvez daí o excesso de zelo da minha parte.
Nelson isso é capaz de fazer mal ao fígado. Mais tarde eles vão querer cobrar esse apoio...