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quarta-feira, setembro 27, 2006

Alma castrense

As coisas parecem não estar a correr pelo melhor na profissionalização das forças armadas.
A juntar a umas festas com muita música, bebida e tiros para o ar nas ilhas Desertas e mais uns episódios desagradáveis com uns oficiais alegadamente bêbados no Kosovo, que por motivo de força maior tinham de ir passear à cidade durante a noite, surge agora a detenção de militares da Marinha por suspeitas de corrupção.
Mas afinal que forças armadas são estas? Quem são estas pessoas?
Todos ou quase todos os homens da minha geração se recordam do momento da inspecção militar. Para uns foi uma coisa trivial que acabou por os colocar numa qualquer obscura categoria da reserva territorial depois de uma série de anos de estudo, mas para outros foi uma tortura andar a ser empurrado de um lado para outro num limiar entre a arrogância e a falta de respeito, após terem perdido o seu nome para um homogéneo nome de mancebo.
Mas havia outros para quem aquilo era uma aventura. Um orgulho, um prazer que alimentavam a cada momento em que diziam “sim senhor”, “sim meu sicrano” e “sim meu beltrano”. Uma aventura ao melhor nível do Rambo, ao ponto de lhes brilharem os olhos quando na sala escura passavam os filmes das forças especiais.
Esses são os que compõem hoje as nossas forças armadas. São todos aqueles que não pretenderam nada da vida além de um emprego estável e seguro. Não se deram bem com aquela coisa complicada dos livros e acabaram todos numa parada a fazer flexões por puro prazer na instrução de alarvidade que receberam. Tudo para simplesmente afogar o cérebro em cerveja, arrotar palavrões em cada frase e evitar fazer o esforço de pensar, especialmente quando isso não é necessário por se ter uma arma na mão.
O resultado está à vista. A qualidade da instrução revela-se nos pormenores, no rigor e distinção e nos valores dos verdadeiros homens que a tropa produz.

Comments on "Alma castrense"

 

Anonymous Anónimo said ... (setembro 28, 2006 2:09 da manhã) : 

Infelizmente a "alma castrense" não se fica pelas forças armadas.
Muitos destes "rambos", depois de alguns anos nas forças armadas, quando finalmente acham que esta na hora de assentar têm lugar garantido nas nossas forças de segurança (PSP e GNR), pois o facto de terem prestado serviço nas forças armadas ainda conta como uma mais valia importante nos critérios de escolha para as escolas de policia.
Para alem de poderem continuar com o emprego estável e seguro, podem também dar agora uso no seu máximo esplendor aos anos de alarvica instrução.

 

Blogger Nuno Guronsan said ... (setembro 28, 2006 11:42 da manhã) : 

Eu fico-me pela categoria "uma coisa trivial que acabou por os colocar numa qualquer obscura categoria da reserva territorial depois de uma série de anos de estudo". Só de recordar aqueles testes de personalidade que fiz e ler estas notícias, dá vontade de rebolar a rir...

 

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