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sexta-feira, setembro 22, 2006

Comprometer Portugal

É sempre interessante, num país caracterizado por uma borreguice congénita, quando surgem alguns iluminados prontos a fazer rupturas. Nós gostamos disso. É sempre aquele sintoma do murro no estômago, a pedrada no charco que agita as águas bafientas.
São sempre aqueles bem falantes que aparecem a dizer aquelas coisas que nós comuns mortais não entendemos e isso liga-os a um ideal de inteligência que não temos.
Mas convêm que apresentem propostas sérias, para que possam atingir os objectivos a que se propõem, assim como dinamizar e motivar aqueles que pretendem pôr a mexer.
Independentemente do lado que possamos observar a questão, seja ele de esquerda ou de direita, seja corporativa, empresarial ou sindical, não tem pés nem cabeça (digo eu...) apresentar uma proposta para a extinção de 200.000 funcionários públicos.
Dizer que se obtêm uma redução da despesa pública até 4% do PIB com a "migração apoiada e socialmente equilibrada para a iniciativa privada" coloca algumas questões sérias a que o compromisso Portugal optou por não responder.

1) - De que forma prevêem que o mercado de trabalho consiga absorver 200.000 trabalhadores? Quem é que nos empresários que compõem este painel tem nas suas empresas capacidade de absorver parte, ou pelo menos um ou dois, destes 200.000 funcionários públicos?
2) - Ainda que haja uma transição, estes 200.000 vão ter de ser formados. Quem é que vai responsabilizar-se por essa formação? As empresas? Não, vão querer que seja o Estado.
3) - Certamente propostas deste género compreendem uma base de informação clara. Por isso o compromisso Portugal já deve saber quantos destes 200.000 não conseguirão ser reciclados e irão para subsídio de desemprego, pré-reforma e reforma. Quantos são? Quem paga estas prestações sociais? A iniciativa privada? não, o Estado.
4) - Prevêem a possibilidade das prestações sociais de invalidez, desemprego, doença entre outras, sejam comparticipadas por seguros individuais pagos conjuntamente por empregadores e trabalhadores. Mas isso ainda não se aplica a estes, pois não?
5) - E sobre quem iria cair o impacto da contenção financeira e do adiar de decisões de consumo/investimento de 200.000 pessoas, mais de um milhão de portugueses se contarmos as suas famílias? Provavelmente sobre a iniciativa privada que em dificuldades estende sempre a mão a quem? Ao do costume.

Um pouco de bom senso faz muita falta.

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