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quarta-feira, setembro 20, 2006

Pactos de segredo

Os pactos políticos servem interesses vários. Ou são coligações pré-eleitorais que permitem mais facilmente obter o poder, ou são acordos tácitos de aproximação de pontos de vista sobre determinadas politicas em regime pós – eleitoral.
Algumas circunstâncias próprias da democracia fazem com que os pactos sejam por vezes essenciais à existência de consensos parlamentares que permitam reformas de fundo, que doutra maneira não poderiam ser feitas.
Ora em Portugal nenhuma dessas condições está reunida. O governo não tem absolutamente necessidade nenhuma de fazer pactos para fazer reformas e a oposição precisa de tudo menos de partilhar ideias com um governo de maioria absoluta.
No entanto os pactos existem como preço a pagar da eleição de um presidente de consensos (que não fez enquanto governante) por socialistas que o deixaram eleger e por sociais-democratas não conseguiram demarcar-se dele.
Entretanto jornalistas e comentadores deste país regozijam pelo principal triunfo do pacto patrocinado pelo Sr. Presidente. Para eles já está a facturar na altura em que foi possível negociar durante seis meses sem que a comunicação social soubesse de nada.
É uma espécie de tiro no pé. Os jornalistas e os comentadores que se alimentam avidamente do fenónemo comunicação social, imaginam como correcto o modus operandi que justificaria a sua completa inutilidade.
Dá para ver que nem toda a gente está feliz. Os provisórios oposicionistas de Marques Mendes (tb ele provisório) já se queixaram da mistura de pontos de vista entre as opiniões do governo e do PSD. Mas ainda assim, Marques Mendes não perdeu a oportunidade de estar sobre os holofotes de uma potencial reforma que todos recordarão ter sido feita no tempo do Sócrates.
Este por sua vez cedeu à pressão do presidente dos consensos, vai acabar por fazer a reforma que entende desde o início e vai conseguir dizer a todos os que se oponham que o pacto reúne quase 100% dos votos dos portugueses no eixo Belém-Lapa-São Bento.
Já disse que não alinha em outros pactos mas eles favorecem a sua forma de governar que não se pretende muito questionada e quando o PSD de Marques Mendes ceder nas questões essenciais vai haver outro pacto patrocinado, aplicado à reforma da segurança social.
Para já mais um acordo, o da data do referendo ao aborto para todos podermos voltar a ver as senhoras de Fátima aí pelas ruas cheias de terços.

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