Nobel
Wangari Mattai e Muhammad Yunus foram premiados nos últimos três anos com o prémio anual da academia Nobel para a Paz. No entanto este prémio parece estar a sofrer alterações significativas quanto à sua substância, uma alteração quanto aos fundamentos da atribuição deste prémio. O desenvolvimento sustentável, e o combate à pobreza passaram ao longo do tempo a ser vistas como formas de lutar pela paz sem que os seus protagonistas alguma vez tenham tido necessidade de pegar numa arma. Geralmente assistimos à atribuição do prémio Nobel a organizações ou pessoas que se destacaram na luta dos seus povos pela autodeterminação e independência. Pessoas que promoveram conversações de paz entre partes beligerantes, resistentes pelas suas causas ou pelos direitos humanos dos seus povos. Certamente devido a uma mais lata interpretação do terrorismo depois do 11 de Setembro e da constante luta sobre o conceito “terrorista vs freedom fighter”, a academia acabou por preferir não fazer escolhas polémicas passíveis de criticas pelo mundo inteiro. Assim optou, a meu ver bem, por deixar claro que a paz se alcança de outras formas mais sustentáveis e duradouras. E nelas está o combate à pobreza que continua a ser o dia a dia de quase dois terços do planeta. A desigualdade social e o profundo fosso que existe entre países ricos e pobres são a principal causa dos conflitos mundiais e premiar este esforço pelo fim da pobreza com base num instrumento financeiro que tantos achavam irresponsável, é muito importante. |
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