1º Ciclo de Cinema e Urbanismo
Começa já amanhã o CINECITTÀ, o 1º Ciclo de Cinema e Urbanismo da Secção de Planeamento do Território e Ambiente (Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto), durante o qual será exibido um conjunto de 11 filmes que expõem várias problemáticas da contemporaneidade urbana e estimulam o desenvolvimento de novos olhares críticos sobre as cidades do futuro. Ver NOTÍCIA/FEUP. Na sessão de amanhã, que terá início às 17:30 na sala B032 da FEUP, será exibida "saga urbana" de Fernando Meirelles (2002) Cidade de Deus. Entrada livre. Próximo filme: La Haine, de Mathieu Kassovitz (1995). Só não entendo porque é que estes tipos não organizam isto na Baixa. É uma boa ideia, mas acontece no local errado. |
Comments on "1º Ciclo de Cinema e Urbanismo"
Primeiro, não percebo porque há-de ser sempre a "Baixa" o local ideal para tudo. A cidade não é só a "Baixa" nem faz sentido ser. A "Baixa" só é "Baixa" porque tem uma cidade toda à sua volta e que é tão importante como ela.
Segundo, o facto da "Baixa" ser "núcleo mais tradicional" (antigo) da cidade, não esgota por si todas as referências da cidade. Neste aspecto, os Pólos Universitários são uma das "referências" na afirmação da cidade num contexto supra-local. A actividade destas é um indicador da competitidade, dinâmica cultural e inovação e cientifica.
se "esquecer" o resto da cidade. Também tem pessoas e equipamentos.
Terceiro, tratando-se de um ciclo direcionado a urbanismo, faz todo o sentido realizar-se num dos locais da cidade que mais investigação se faz sobre estas matérias.
Por último, parece-me que neste local estará garantida a participação e o público para quem estão a ser direccionado o que nem sempre acontece só pelo facto de estar na "Baixa". Isto não quer dizer que seja um ciclo exclusivo mesmo porque é aberto a todos que queiram participar.
Conclusão, há ainda outras razões para a escolha deste local, mas reforço o que disse no início: porque há-de ser sempre a "Baixa" o local ideal para tudo. parece-me demasiado redutor. Será por "comodismo", porque dá jeito estar a tomar um copo e ir dar lá um saltinho.A cidade é tão pequenina.
Acho que é muito bom dinamizar outras áreas da cidade. Mesmo porque "toda" a cidade é a "referência" da sua região.
Tudo bem. Não discordo, na essência, do que tu dizes. Mas, só duas coisas: 1) Não me parece que a fragmentação da universidade em 3 pólos, com manifesto prejuízo do pólo primitivo,tenha sido uma boa opção. 2) Pois é. Assim só apanha o público especializado. Se fosse na Baixa o raio de captação seria muito maior
Ok! Quanto à framentação até posso estar de acordo, apesar de acrditar mais na complementariedade entre pólos e entre as outras coisas todas. A fragemtação por si só não quer dizer nada de por aí além. Há exemplos positivos de fragmentação.
Mas quanto ao cartaz, não tens razão. Porque o cartaz é mesmo para público especializado. Este ciclo nasce da malta da FEUP ligada à investigação e prática de Planeamento e para os interessados nestas matérias. Tanto é que os filmes são comentados. Parece-me natural que seja em casa deles, ainda por cima se eles tem condições para isso, e é durante o dia. No entanto, quem pode ir quem quer.
Depois, lá estás tu a cair na "Baixa". É uma coisa que é involuntária a quase toda a gente. Estamos a ficar "reféns" da Baixa.
Qualquer coisa...Baixa
Mas qual é o medo. dos outros sitios.
O meu medo para a Baixa é o que está lentamente a acontecer, à semelhança do que já aconteceu noutras cidades europeias e está actualmente a verificar-se em pleno em lisboa (aquilo a que chamamamos, e para usar um palavrão, gentrificação das cidades tradicionais), que é a substituição progressiva dos residentes locais por novas classes sociais (mais altas, mais cultas) "fechadas" do exterior, provocando a pior de todas as fragmentações que é a social, apesar das muitas vantagens que tráz, nem que seja a de trazer mais população.
A "baixa" é o que é. É o sitio mais antigo da cidade. Onde está a sua referência e concentração maior populacional activa durante o dia. Há noite é outra história.
E depois problemas, tem a cidade toda.
agora nunca mais parava...
Já agora. Se for tudo para a baixa, só é legitimo que os outro sitios venham a o mesmo tipo de reivindicção que se faz quando é para fora da baixa.
estou mesmo a ver, é tudo para a baixa, tudo para a baixa.... e o resto?
lá que se fazem muitas asneiras, fazem-se. Mas tenho aprendido que nunca nada é tão simples como pode à partida parecer. Para cada coisa que se pense há sempre uma porrada de implicações que vêem por arrasto...
e depois... não há que ter medos. As cidades são mais resistentes do que se julga... estão cá há muito mais tempo que nós, e vão ficar por muitos mais. São organismos vivos, com uma capadidade de resistência e adaptação fora de série... não há que ter medos. Até nos maiores acidentes da história elas renasceram.. andar é para a frente, não é só com pena do que está a ficar para trás
Não pode ser tudo para a baixa, como é óbvio. O S. João e algum equipamento como a faculdade de engenharia teriam de procurar espaço livre para serem implantados. Mas acho irracional, até pelos custos acrescidos (económicos, organizacionais e ambientais) que a existência de 3 pólos da mesma universidade numa só cidade. Por mim devia ser um pólo central no casco velho e outro "tecnológico" mais na periferia. Assim, não. Aliás, a própria universidade, em algumas, circunstâncias, porta-se como um verdadeiro especulador imobiliário.
Parece que queres lançar no desemprego os urbanistas:) Afinal de contas, de uma maneira ou de outra, a cidade arranjará pela sua própria mão (invisivel) maneira de superar as crises...
se quiseres podes ir ao meu blog e dares uma vista de olhos no post
"Ter certeza da imponderabilidade... e muitas cautelas para não fazer asneiras"
esta é a actitude que eu acho que deve ter um urbanista, e para a qual não falta trabalho. O problema, e passa-se o mesmo para arquitectura, é que toda a gente acha que sabe destas matérias,quando nós andamos constantemente a preneder coisas novas todos os dias. Nada é tão simples como parece... é preciso ter muitas certezas quando se afirma uma coisa, porque quanto mais certezas se tiver menos é o grau de imponderabilidade. Este é o desafio do urbanista... tentar direccioná-la. e para isto é preciso saber de tudo um pouco, muito do que se faz e do que os outros andama a fazer (bem ou mal). Não me digas que falta trabalho... faltará é vontade de nos dar trabalho.
David,
Se nos centrámos só na "baixa", ironicamente estaremos a correr para a história do "La Haine", que já tem 10 anos e continua actual, ou seja, a segregação dos bairros sociais.
Apesar de achar que era engraçado ter um único polo univeritário, para a criação de um verdadeiro espiríto académico, verdade seja dita que o pólo do S.João, deu vida a Paranhos, que corria o risco de ser o prolongamento dos dormitórios dos concelhos vizinhos.
Iniciativas destas são sempre bem vindas... podiam era também fazer mais cinema nacional...
Abraço,
Rui