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quarta-feira, novembro 22, 2006

O centrão francês

Chegou, viu e venceu. Há poucos meses ninguém imaginaria que Ségolène Royal seria a candidata do PSF às eleições francesas. Aliás, ninguém pensava que qualquer candidato de uma esquerda cada vez mais eurocrata e com falta de renovação de quadros políticos, pudesse combater Nikolas Sarkozi nas eleições do próximo ano.
Ségolène ganha as primárias à americana como Sócrates ganhou as directas por cá. Em ambos os casos isso reflecte uma realidade de aproximação ao centro que ambos os partidos socialistas passaram a reflectir, anos após a terceira via dos trabalhistas britânicos. Muitos gritam agora, em França como em Portugal, por politicas mais à esquerda quando os próprios socialistas e os eleitorados que em Portugal e (esperemos) em França, pode carimbar caminhos democráticos de centro.
A questão de fundo é tentar perceber se a esquerda se está a refundar (ou afundar) numa lógica da tecnocracia europeia e a preparar-se para novos desafios ou a esvaziar-se. De qualquer forma convém saber se a esquerda é um reflexo da direita que temos, e a acompanha, ou se pelo contrário existem diferenças marcantes quanto à essência.
Mas se não sabemos o que é a esquerda, por acaso temos dúvidas em relação ao tipo de direita conservadora que cresce pela Europa fora?
Esta nova esquerda (onde é que já ouvimos isto) não tem dúvidas que a reforma do estado social europeu como o conhecemos, não pode ser adiada sob perigo dos extremismos de direita, nos quais o leste europeu parece começar a profissionalizar-se, e os ultraliberais mais aqui do lado ocidental acabarem por escrever o epitáfio desta Europa a diversas velocidades.
Preferem que se façam cedências, muitas delas justas, ao funcionamento até agora impoluto e inatacável do estado social, do que perder em pouco tempo aquilo que o continente tanto penou para conquistar.
É uma forma diferente de se estar na política, talvez menos militante e mais pragmática, mas que pode resultar na melhor defesa dos interesses dos eleitores.

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