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terça-feira, dezembro 12, 2006

Afirmação de classe

Não sei bem como situar o actual estado de pobreza dos portugueses. Vivo, como sabem, numa zona suburbana com todos os problemas e questões sociais habituais nestas zonas e desde muito cedo me habituei a que as minhas viagens de comboio se fizessem acompanhar de vários mendigos que pediam dinheiro exibindo as suas mazelas e as suas feridas um pouco por todo o corpo, assim como aqueles que pediam em troca de algo que tinham a oferecer, em versão musical quase sempre acompanhado de um acordeão.
Não vejo isso há muito tempo. Mas será que isso traduz um notório aumento da nossa qualidade de vida, ou pelo contrário somos mais felizes porque temos uma pobreza mais bem escondida? Será que ao invés de nos tornarmos pessoas socialmente mais conscientes, apenas aprofundámos o já evidente sentimento de vergonha de quem pede ao ponto de se tornarem insuportáveis os olhares das pessoas?
Talvez. Os indicadores nacionais sobre os portugueses que vivem na pobreza ou no limiar da pobreza, não são animadores e parece ser cada vez maior o fosso entre pobres e ricos, mas também entre pobres e remediados que parecem sentir-se bem no pedestal do medianismo da sua classe, infelizmente miserável quando em comparação com o estrangeiro.
Mas para Portugal basta. Basta ao ponto de já se puder fazer um olhar de soslaio enojado e quase se escorraçar um vendedor da revista CAIS, como assisti hoje no comboio suburbano.

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