Boquiaberto
Assisto boquiaberto a esta entrevista do Rui Rio e preocupa-me esta constante tendência dos portugueses em identificarem-se com esta gente de suposta coragem que luta sozinha contra moinhos de vento. É muito interessante a lógica de não subsidiar quem não tem público, antes mesmo de lhes proporcionar a realização dos espectáculos que lhes permitam ter público. Nem quero imaginar o que o David vai escrever aqui... :) |
Comments on "Boquiaberto"
Não vi a entrevista. Tens o link?
Pedro nesta página em baixo lado esquerdo podes ver a entrevista que a RTP já disponibilizou
Enfim, sem comentários... está aqui a página: http://www.rtp.pt/index.php?headline=64&visual=15
Para já, só posso mesmo imaginar. Estive a trabalhar até à meia-noite. Funcionário público e professor, sabe?
Então espera pela entrevista porque a que lá está é a da semana passada...
Rui Rio é um Homem de sentimentos, um nostalgico, nunca referiu o presente, nem o futuro, a entrevista resume-se a - «Nasci no Porto» «Há 40 anos atras» «Quando eu era deputado» «Quando eu cheguei à CMP» ...
É muito interessante a lógica de não subsidiar quem não tem público, antes mesmo de lhes proporcionar a realização dos espectáculos que lhes permitam ter público.
Também acho. Chama-se a isso "atirar o socialismo/estalinismo cultural para o lixo" ou deixar de "roubar o contribuinte e 'dar'-lhe o que ele não quer, porque alguém que fica com parte do dinheiro diz que é bom para ele".
Num qualquer espaço público, estou de acordo que haja espectáculos, chamemos-lhe, de "massas" (tipo La Féria e quejandos), mas também tem de haver "espaço" para propostas inovadoras, nem que não tenham quase público nenhum e precisem de subsídios - a evolução da arte (e a arte é indispensável à evolução dos povos) sempre se fez à custa de "incompreensões", formas diferentes de ver e transmitir a realidade, análises não coincidentes com as maiorias, projectos utópicos. É evidente que, conjuntamente com aqueles que, de facto, fazem arte, há uns quantos que se arrastam disfarçados de artistas - mas isso é natural e o tempo encarregar-se-á de tratar disso. Não se pode é, à partida, recusar a inovação e a experimentação, por pouco popular que seja. Julgo que a palavra chave aqui é "equilíbrio", coisa que me parece que Rui Rio não tem a noção do que quererá dizer.
Um abraço a todos