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quarta-feira, janeiro 17, 2007

Desenrascar os impostos

O país e o governo estão enrascados. Não sabemos como manter o Paulo Macedo, que com o tempo passámos a apreciar, e ao mesmo tempo aceitar a moralização dos vencimentos dos políticos.
Como quase sempre falámos sem saber. O Paulo Macedo é provavelmente um grande profissional. Nada a dizer do senhor, que fez carreira na banca e pela mão da Ferreira Leite acabou na DGCCI. O homem faz o seu trabalho. É eficaz e provavelmente vale todos os cêntimos que lhe pagamos. É de tal forma o hábito do país de transformar bestas em bestiais (ou vice versa) que até o sindicato (?!?!?) pretende a sua manutenção no cargo.
Estamos perante um dilema que aparentemente afecta todos os portugueses que gostam de ver os impostos bem pagos pelos outros. Ou o Paulo Macedo sai porque é uma despesa incomportável para o erário publico e subitamente instala-se a total bandalheira na direcção geral, porque nos querem fazer crer que o Paulo Macedo é a única pessoa capaz de desempenhar com qualidade aquele trabalho, ou aceitamos o ónus de lhe pagar os escandalosos (vão ser sempre escandalosos, faça ele aquilo que fizer) 23.000 euros, o que até pode vir a ser ilegal.
Paulo Macedo é o D. Sebastião dos Impostos. É o cavaleiro que chegou numa manhã de nevoeiro para nos salvar e que apenas os não-crentes o criticaram (são basicamente os mesmos que agora o veneram), Paulo Macedo é mais um salvador da pátria como tantos outros que ciclicamente vamos procurando na classe politica.
Ninguém parece querer ficar particularmente chocado com outros ordenados de outras profissões, sejam eles ou não artificiais, mas compreendo que crie alguma confusão à generalidade das pessoas até porque todos os cargos eleitos do país auferem bem menos.
Mas o país tem de tomar uma decisão. Queremos que os melhores se envolvam na causa pública? É que se queremos então temos de abrir os cordões à bolsa. A ideia romântica dos tribunos do séc. XIX morreu há muito tempo e agora por mais interesse que as pessoas possam ter na vida pública, o espírito de sacrifício não justifica as dores de cabeça. É preciso pararmos e reflectirmos sobre a nossa classe politica, que sendo mais ou menos inteligentes, foram os únicos que se chegaram à frente para nos dirigir e começarmos a pensar que há outras pessoas igualmente interessantes e inteligentes que podiam trazer algo de novo ao país, mas que por razão de rendimentos estão no sector privado ou no estrangeiro.
Em alternativa e para apaziguar a nossa consciência colectiva podemos desenrascar o governo. Podemos imprimir uns autocolantes com a cara do Paulo Macedo e organizar um grande peditório nacional, (mensal) para podermos pagar o ordenado do rapaz. Seria algo do tipo: “ajude o Paulo Macedo a cobrar os impostos, participe..."

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