Ota, Tgv e o Luz do Sameiro
Acerca do episódio da embarcação Luz do Sameiro, no post Frases com rufo que fiz esta passada quinta feira, a Ota e o Tgv vieram à baila. Queria com eles referir-me ao investimento que está em causa para estas duas obras, comparativamente com os meios presentemente disponíveis para atender as embarcações naufragadas. As operações de salvamento estão sobre a tutela do Ministério da Defesa e apenas existe um centro de coordenação em Lisboa. A este respeito a Mútua dos Pescadores diz o seguinte: « As críticas dos pescadores portugueses ao sistema nacional tem como termo de comparação o que existe em Espanha, em particular o da Galiza. O sistema a funcionar em Espanha nada tem de semelhante com o português, até porque está dependente do Ministério do Fomento e é operado por civis, enquanto o português está sob a tutela do Ministério da Defesa e é operado pela Marinha e pela Força Aérea. Se é ou não mais eficaz é uma questão de difícil avaliação, mas para o responsável do Centro de Coordenação de Salvamento Marítimo de Vigo, José Maria Soares, o sistema "está a dar bons resultados", segundo declarou ao JN. Aparentemente, trata-se de um sistema mais descentralizado, pois, apesar de ter o seu centro em Madrid, as comunidades têm autonomia e recursos próprios. Na Galiza há três centros de comando e controlo, com uma central no Cabo Finisterra e dois subordinados, em Vigo e na Corunha. Comparativamente, em Portugal Continental há apenas um centro de coordenação. Em Espanha, parte da informação é depois distribuída para as capitanias, à semelhança do que se verifica em Portugal, mas a grande diferença parece estar nos salva-vidas "Temos seis lanchas rápidas , cada uma delas com 21 metros e 4800 cavalos de potência. Dão cerca de 35 nós e a mais velha tem quatro anos.Temos também mais três rebocadores", diz José Maria Soares. Em Portugal, segundo os contestatários, os salva-vidas têm uma média de 20 anos. O serviço espanhol opera ainda três helicópteros - inferiores aos portugueses -, mas que podem ser completados com os da Força Aérea. » Lanço aqui também o comment que deixei naquele espaço sobre esta questão. 1- Como filha de pescador que sou, conferenciei com o pescador cá da casa e ele informou que que os coletes estão nas embarcações mas o seu uso não é obrigatório quando estão a trabalhar (nem de outro modo poderia ser porque não conseguiriam desempenhar as suas funções com o colete vestido). As baleeiras e foguetes de aviso também estão lá, mas não andam com tudo às costas ao estilo das tropas militares. 2- Quando viajamos de avião, os coletes e máscaras também estão lá mas também não os usamos durante o voo. 3- Nem todos os tripulantes no barco usam um colete de botas e muitos sabem do perigo que podem originar em caso de naúfragio. 4- Porque não tinham os coletes vestidos, está justificada a demora no salvamento e falta de coordenação de meios marítimos e terrestres para tentar um melhor desfecho!? E para fechar, esta conversa telefónica no dia dos acontecimentos: " Oh Manel, vê aí no satélite se os gaijos têm coletes?!" "Epá, aqui diz que não!" "Então deixa-os esperar, no manual informa que sem colete, o tempo de salvamento é prorrogado!" |
Publicado por Claudia Gonçalves às 17:00
Comments on "Ota, Tgv e o Luz do Sameiro"
«O exemplo encontrado para sustentar o argumento, encontrou-se no facto de haver motas de água, nos bombeiros da Nazaré, potencialmente salvadoras, não tendo as mesmas sido utilizadas, porque um bombeiro de serviço( certamente cumprindo regras escritas) entendeu que os bombeiros não foram chamados pela entidade oficial que se ocupa de naufrágios…»
http://grandelojadoqueijolimiano.blogspot.com/2007/01/j-no-h-heris.html
A burocracia, sempre a burocracia!!
Antes de se actuar, aguardam-se ordens, directrizes, memorandos e sei mais lá o quê. A encruzilhada é tal que depois não é de admirar ser dificil apurar responsáveis.