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segunda-feira, janeiro 22, 2007

Sinal de partida


Na ressaca das eleições para o congresso, ganhas pelos democratas, agitam-se os potenciais candidatos à substituição de Bush. E como já estamos habituados, até à convenção dos democratas vão ser muitos e dos mais variados estilos.
De todos os que já concorreram ou iniciaram aquilo que se chama o “exploratory committee”, apenas dois parecem vir a disputar umas interessantes primárias. Se Al gore não se candidatar, a coisa deve resolver-se entre Barack Obama e Hillary Clinton. Um, mais pelo significado da sua candidatura do que pelo seu peso politico, outro mais pelo seu peso politico que pela novidade da sua candidatura.
Ambos os candidatos são a personificação do politicamente correcto, mas Barack Obama é algo mais do que isso. É negro e nem sequer é o primeiro candidato negro à presidência dos Estados Unidos, mas pela primeira vez é um candidato negro verdadeiramente abrangente, que não debruça exclusivamente sobre os problemas das comunidades negras e que foge muito do estilo panfletário da luta pelos direitos civis que outros candidatos negros no passado apresentaram. Mas ainda assim não deixa de ser um candidato cuja vida acaba por expressar a dificuldades dos negros na América moderna, até porque não rejeita minimamente as suas origens. Bem articulado e com um discurso empolgante, o senador abraça causas e preocupa-se muito frequentemente com a pequena politica local que tanto afecta o dia a dia dos cidadãos. O grande problema de Barack Obama é não ter peso politico suficiente para chegar à nomeação democrata, mas ainda assim criará espaço dentro do partido Democrata, que o colocará bem posicionado no futuro.
Hillary Rodham Clinton é a mulher perfeita. Tem um enorme peso político dentro do partido Democrata. Representa todos os bons valores americanos e ao mesmo tempo é humanista e progressista, dentro do que é possível num grande partido americano. A sua candidatura não é novidade mas nela estão depositadas todas as esperanças dos democratas para a sucessão ao obscurantismo e visão maniqueísta de Bush. Afinal os americanos teriam preferido que apesar dos escândalos Bill Clinton tivesse ficado no poder mais tempo. Talvez as coisas acabassem por ter seguido caminhos diferentes dos actuais. Hillary segue a mesma linha do marido mas deixa antever que não deixará pontas soltas como o Bill. É obstinada e persistente e uma excelente oradora. Além disso tem a enorme vantagem de ser mulher que é a principal novidade da sua candidatura.
Claramente vão continuar em disputa nas próximas presidenciais americanas duas Américas diferentes. De um lado o sucessor de Bush (seja ele quem for) e a defesa de uma América conservadora e egocêntrica, o grande farol de um tipo de liberdade submetida à “pax americana”, a não ser que os Republicanos apostem num candidato mais ao centro. E do outro lado um candidato liberal, humanista, atento a realidades sociais, internas e externas, com um maior respeito pela comunidade internacional e a possibilidade, ainda não totalmente excluída, de uma grande atenção às questões ambientais.

Comments on "Sinal de partida"

 

Blogger Guilherme Roesler said ... (janeiro 22, 2007 1:17 da tarde) : 

Jose,

uma discputa de peso, em que os dois candidatos são bem cotados.

Cabe esperar ver o resultado destas eleições.

Abraços, Guilherme

 

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