O nó
É já amanhã que se desata o nó em que se tornou a OPA à PT e por arrasto todos os negócios no país, que parecem condicionados a esta compra, correndo o país o risco de paralisar porque se fez passar a ideia que o mercado só funciona e só existe, se a operação tiver sucesso. Depois de um ano a tentar explicar-nos através da comunicação social, as enormíssimas vantagens de a PT ser retalhada. Depois de termos ficado a saber uma totalmente nova definição para a palavra “remédios” e depois de termos visto as diferentes administrações em acusações, descabidas e muitas vezes a roçar o insulto, umas às outras. Depois de termos visto que os dois reguladores envolvidos não se conseguiam entender sobre matéria nenhuma. Vamos ver com a palavra dos accionistas, qual o futuro desta OPA. Uma coisa é certa. Os remédios, que a crer na validade dos argumentos do regulador, serão aplicados quer se faça ou não a OPA, são úteis ao mercado e desenvolvem o mercado das telecomunicações, embora não seja linear que o tornem mais forte. Aliás, não se consegue perceber como é que os mesmos remédios podem resultar em cenários diferentes, porque um deles representa uma concentração a todos os títulos anormal. Amanhã os accionistas vão decidir se a estrutura accionista da PT está muito bem como está, e se porventura a desblindagem (palavra nova que tb aprendemos) dos estatutos deve, ou não, permitir accionistas com mais de 10% do capital. A meu ver a escalada de propostas de preço por acção e contra-propostas com dividendos por acção que já não estão condicionados à realização da OPA, apenas vai ter um resultado. A PT em todos os cenários vai ser uma empresa fortemente descapitalizada, fortemente endividada e incapaz de manter o nível de investimento que tem tido no passado. Logo, será sempre uma empresa retalhada e frágil ao contrário da actual. Também ficará por esclarecer (para já), qual será a saúde financeira do Grupo Sonae no futuro, se conseguir mesmo comprar a PT, tendo em conta que já se comprometeu num aumento de preço por acção e na distribuição de dividendos, mesmo a accionistas que não vendam, mas simplesmente ajudem a desbloquear os estatutos. Amanhã saberemos. Etiquetas: Economia |
Publicado por José Raposo às 14:14
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