Na segunda linha
Em Lisboa vai haver candidatos para todos os gostos. Estranhamente os partidos e até os independentes estavam à espera que situações que se arrastam há vários anos acabassem por rebentar para se candidatarem em força. Quando há dois anos houve as legítimas eleições para a câmara municipal, não apareceu ninguém igualmente empenhado e o estado de Lisboa era praticamente igual ao de hoje em dia. A única diferença é que a câmara está pior, mas a cidade está na mesma o que naturalmente não pode ser positivo. Mas enfim, agora que Lisboa já é uma grande preocupação existe nos bastidores, numa espécie de segunda linha de toda esta confusão, uma discreta luta. Não entre candidatos mas entre mandatários. São eles: José Fonseca e Costa para José Sá Fernandes (Ind – BE) Galopim de Carvalho para Helena Roseta (Ind) Bagão Félix para Telmo Correia (CDS-PP) José Miguel Júdice para António Costa (PS) Manuela ferreira Leite para Fernando Negrão (PSD) José Barata Moura para Ruben de Carvalho (PCP-PEV) Manuel Monteiro (PND) , Carmona (Ind) , Gonçalo da Câmara Pereira (PPM, que deve ter a Nª Sª da Conceição como mandatária) e Garcia Pereira (PCTP-MRPP), ainda não anunciaram. O outro da pêra de olhos esbugalhados não me interessa para nada. Sem dúvida que são nomes de peso. Alguns, como o caso de Bagão Félix e Manuela Ferreira Leite, são escolhas recicladas dos primeiros convites dos partidos a que pertencem ou dos quais são próximos. Estes são nomes que pelo menos nas suas áreas políticas geram sentimentos de credibilidade que podem ajudar a compor a ideia que os lisboetas criam sobre os candidatos que representam. Manuela Ferreira Leite é uma espécie de reserva do PSD, uma espécie de mistura entre D. Quixote e D. Sebastião que os portugueses gostam. A mandatária é bem capaz de ser o fenómeno mais empolgante da candidatura do PSD ao contrário do próprio candidato. José Miguel Júdice é uma grande jogada do PS, que assim consegue ir buscar alguém de uma área que não a sua, mas uma pessoa reconhecida pelas suas posições fortes. O PS parece, ainda que sem coligações, querer criar uma das tão nossas conhecidas “vagas de fundo” onde se reúnam todos os que querem salvar Lisboa, mas a ver pelas candidaturas isso não vai ser possível. A meu ver o objectivo é de tal forma abrangente que António Costa até já piscou o olho ao regresso da Zézinha para levar para a frente o plano de reconversão Baixa-chiado. É tentar ir buscar demasiada gente a demasiadas áreas políticas. José Barata Moura, Fonseca e Costa e Galopim de carvalho, são menos conhecidos politicamente (Barata moura já teve os seus momentos políticos no passado) mas ainda são figuras conhecidas dos lisboetas que não se cingem ao sucesso que têm nas suas áreas. Sempre emitiram opiniões sobre o país e sobre Lisboa e isso torna-os credíveis aos olhos dos eleitores. O peso destes mandatários carece de comprovação, mas caso resolvam (como parece), participar activamente na campanha podem tornar estas eleições intercalares um fenómeno interessante e muito mais variado do que temos assistido nos confrontos políticos dos últimos anos. Etiquetas: Lisboa |
Publicado por José Raposo às 13:41
Comments on "Na segunda linha"