A propósito de museus
Depois de ter lido o post do David acerca do Museu Santa Joana, deixo aqui o site do Museu Marítimo de Ílhavo, pois acho que é um bom exemplo. Podem marcar-se as visitas, comprar livros, conhecer um pouco da arquitectura do próprio edifício, fazer uma visita virtual pelo museu, ver o que está em exposição e saber um pouco da pesca deste concelho e da sua gente. "O Museu Marítimo de Ílhavo alberga uma vasta colecção de objectos relacionados com a pesca à linha do bacalhau e com as fainas agro-marítimas da Ria de Aveiro com destaque para as diversas artes de pesca da laguna.O vastíssimo acervo deste Museu subdivide-se em três grandes colecções: colecção de cultura material relativa à pesca à linha do bacalhau, colecção da etnografia da ria de Aveiro e colecção de arte.Temporalmente, estas colecções abarcam o final do século XIX até ao século XX. Incidindo sob a área geográfica de Portugal, reflectem a vivência marítima e a influência da pesca nas populações ribeirinhas." O museu dispõe ainda de uma base de dados, na área da Investigação, da frota bacalhoeira e dos seus pescadores. Nesta zona a pesca ainda é hoje o ganha pão de muitos. A frota bacalhoeira é praticamente inexistente, o bacalhau congelado chega agora maioritariamente em contentores de frio, assim como salgadeiras e temperaturas artificiais substituem a seca ao sol. O sabor, esse, dizem os antigos, não mais foi o memso. Ora o meu avô materno foi um dos muitos pescadores do bacalhau nos seus tempos áureos mas difíceis da pesca à linha nos dóris. Aí fui eu então procurar o Ti Misca como é conhecido aqui na terrinha e lá estava a sua ficha, as viagens (campanhas) e os barcos. Muitas histórias foram contadas destas viagens à mesa da consoada e, orgulhosamente, ainda as conta. Etiquetas: Ria de Aveiro |
Publicado por Claudia Gonçalves às 18:46
Comments on "A propósito de museus"
Excelente! Este era o exemplo que ia dar em seguida. Boa antecipação ;)
Também tive família na Terra Nova, mas já no arrasto e não nos dóris (que eu saiba).
Quem se lembra deste museu como era e no que ele se transformou... e o site é dos melhores que temos entre nós.
Abraço!
:)
Pois é, o meu avô andou nos doris, os meus tios no arrasto e o meu pai no arrasto também. Fui em adolescente ver ao paradão da Barra, as entradas/chegadas dos barcos, que era uma autêntica festa e evento social, tinha direito a roupa da missa e as senhoras aprumavam-se para os maridos. Que saudades sem dúvida da Gafanha tão agitada nos cais. Os barcos amontoavam-se literalmente uns nos outros, cgegando a ser 4 em cada cais, a vista era simpesmente fantástica... Agora é como sabes e só por ali há agitação quando passa o Creoula.
viva o avo julio...!
Também me lembro disso. Já tentei inclusive convencer um amigo a fazer um documentário sobre isso, era uma questão de começar a recolher material fotográfico e vídeo. Talvez um dia...
É bonito saber que algures a nossa história e bem preservada.