Espanha é uma prioridade. Mas cada vez mais é uma referência. Não apenas porque está aqui ao lado, até porque poderíamos querer comparar-nos, e frequentemente até o fazemos, com outros países mais longínquos, mas porque em termos de igualdade de oportunidades foram fornecidas as mesmas aos espanhóis que a Portugal e precisamente ao mesmo tempo.
Além disso, a história das economias de escala não explica tudo. Não há economias de escala na maior parte das funções que o estado espanhol eficientemente e com elevadíssimos níveis de satisfação, fornece aos cidadãos espanhóis (dou de barato que algum liberal aqui venha dizer-me que estou enganado), e porque principalmente não existem economias de escala na educação. Então se pensarmos que na educação espanhola cabem muitos portugueses negados nas universidades portuguesas, então temos o assunto encerrado.
Mas a educação em Espanha é muito mais do que a simples aritmética dos bons resultados técnicos. A educação em Espanha é também uma educação cívica que ao longo dos anos têm vindo a possibilitar que os espanhóis, ou pelo menos grande maioria deles, veja as restantes culturas e estilos de vida, de forma mais tolerante, respeitando a generalidade das diferenças que se criam nas sociedades modernas.
Não vale a pena explorar as diferenças que nos separam em termos educacionais em relação a Espanha, e seria absurdo pensar uma comparação em termos de educação cívica. São inúmeros os exemplos que nos separam.
Numa simples curiosidade, apenas interessante do ponto vista antropológico de como os povos olham para si próprios e para os seus líderes, em Espanha também houve um Grandes Portugueses, mais concretamente “
El Español de la História”.
Os resultados foram muito interessantes, desde logo porque 5 dos 10 primeiros classificados ainda estão vivos. Porque se reconhece o papel indelével dos homens que fizeram e consolidaram a democracia espanhola, como são Juan Carlos, Adolfo Suarez, e Felipe Gonzalez. Ainda assim, têm lugar nesta lista o grande navegador Colombo como homenagem ao glorioso passado espanhol, Cervantes indiscutivelmente o maior escritor da literatura espanhola, Picasso como o maior representante da cultura espanhola do século XX e a mais carismática das santas espanholas.
Mas provavelmente mais interessante, pela comparação com os nossos resultados neste passatempo, é o discreto lugar do fedorento ditador espanhol, Francisco Franco. Em Espanha os seus concidadãos apenas lhe atribuíram um miserável 22º lugar.
Muito mais que uma fronteira nos separa de Espanha.
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