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quarta-feira, junho 27, 2007

O museu, Lisboa e mais uma polémica

Como não sabemos trabalhar em equipa, é costume recorrermos a equipas de homens providenciais, daqueles que esperamos sempre que se empenhem em fazer as coisas por nós e que quase sempre premiamos com a categoria do sebastianismo.
Isto acontece em quase todos os sectores. Na cultura como nos impostos, no empreendorismo empresarial, na política (nacional e local) ou no futebol, entre tantas áreas. E sempre que fazemos isso estamos quase sempre a errar.
O sebastianismo providencial é sempre, ou quase sempre, solitário. Não é possível esperar que dois homens providenciais, sobre os quais existem sempre tantas expectativas, consigam trabalhar juntos.
Berardo e Mega Ferreira nunca se podiam dar bem. Mega Ferreira é uma espécie de reserva dos socialistas para ministro da cultura, mas sem grandes comprometimento (estilo Vitorino, toda a gente confia muito mas não se sabe muito bem o que eles querem), e Berardo é a força do dinheiro que os saloios dos emigrantes sempre têm, mas que as elites portuguesas sempre desdenham.
Lisboa não tem um museu de referência internacional na arte contemporânea, e a bem dizer, em qualquer outra arte. Madrid tem o Reina Sofia (e noutro estilo o Prado), Nova Iorque tem o Guggenheim e o MoMA (mas também o Metropolitan), Londres tem o Tate Modern (e a National Gallery) etc, etc, etc.
Lisboa não sabe bem o que fazer aos seus museus. Os turistas mal sabem onde ficam e quando os encontram, eles estão muitas vezes fechados ou o material de apoio é miserável. Ocasionalmente e por valente esforço dos seus responsáveis, vão havendo algumas obras e algumas raras iniciativas como as mais recentes do Museu Nacional de Arte Antiga ou o apelo inigualável dos dinossauros do Museu Nacional de Historia Natural.
Lisboa precisava de um grande museu. E a colecção Berardo é a rara oportunidade de o ter.
Depois de um processo absolutamente surreal com o Estado sobre a aquisição, ou não, das peças do comendador, e das birras de quem quer que seja sobre se são hasteadas bandeiras e de quem essas bandeiras são, o Museu Colecção Berardo aí está, com o seu acervo de 862 peças do Século XX.
Tudo arrumado num local que desde a sua construção procurava uma identidade / utilidade própria (na altura os projectos não precisavam de tantos estudos), mas que desta forma se torna um espaço de referência, não apenas para concertos e exposições temporárias (ainda não percebi o que fizeram ao Museu do Design). Tudo aliado a um projecto de comunicação que acabará por o tornar um sucesso equivalente à exposição de Amadeo Souza-Cardoso na Gulbenkian, mas por bem mais tempo.
Depois desta abertura e da demissão de Mega Ferreira, esperemos todos que também Berardo seja um tranquilo e vitalício presidente da fundação e que sejam os técnicos os responsáveis pelo desenvolvimento do museu.

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Comments on "O museu, Lisboa e mais uma polémica"

 

Blogger David Afonso said ... (junho 27, 2007 10:35 da tarde) : 

O Joe? Tranquilo?!! Acho que aquilo só vai piorar com a idade...

 

Blogger R.O. said ... (junho 28, 2007 1:55 da manhã) : 

Eis um post oportuno, sendo difícil encontrar na blogosfera textos que tenham em conta o essencial.
Sobre o Museu do Design: já estava de saído do CCB ainda antes da criação do novo museu. A colecção de design foi adquirida pela Câmara Municipal de LIsboa a Francisco Capêlo. Será instalada num palacete no Alto de Santa Catariana. Creio que o edifício já entrou em obras.
abraço.
[Roteia]

 

Blogger Luís Galego said ... (junho 29, 2007 5:06 da tarde) : 

subscrevo este excelente post....

 

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