O rumo de Lisboa
Está encerrado o dossier Lisboa, e esperamos que pelo menos pelo prazo previsível de 6 anos. Lisboa necessita disso mesmo, e todos os que lamentam o estado a que a cidade chegou assim o exigem. Nenhuma surpresa nos resultados. António Costa vence sem a maioria absoluta que dificilmente conseguiria atingir, de acordo com todas as sondagens. Ainda assim, António Costa têm a possibilidade de com acordos com vários outros eleitos, fazer aquilo é que essencial para a cidade. É essa a responsabilidade do Presidente da Câmara eleito, mas também de todos os que se constituíram como alternativa para Lisboa. Mas é impossível passar ao lado de alguns dados desta eleição. Afinal Helena Roseta conseguiu roubar votos a todos os candidatos mas não conseguiu cumprir com as expectativas com que se lançou a estas eleições. A candidata, recém independente, que passou a maior parte da sua campanha em exercício retórico contra a candidatura do PS e contra o trabalho do governo, estratégia em que aliás se envolveram todos os candidatos, não foi capaz de ir além de 2 vereadores e não chegou em altura nenhuma a ameaçar a vitória de Costa, como alguns chegaram a prever. Os eleitores de Lisboa, ou apreciam positivamente o trabalho do governo, ou realmente acharam que essa não era a questão essencial. Carmona, que juntamente com Santana Lopes são os responsáveis por esta situação calamitosa da Câmara de Lisboa, conseguiu passar bem a ideia de coitadinho, vítima das circunstâncias partidárias que o queriam queimar, vítima das sempre tão famosas, quanto inverosímeis, cabalas contra o seu trabalho, consegue um bom resultado, conhecido que é o nosso apelo pelos coitadinhos. Outra questão da qual não é possível fugir é a derrota do PSD e da restante direita. Fernando negrão confirma que não passava de um candidato de recurso a quem a boa vontade não chegou. Esta crise aberta no PSD era evidente e é bem mais profunda do que se imaginava. O PSD perde estas eleições para o anterior cabeça de lista do partido em 2005, o que apenas reflecte que o problema está no partido e não apenas nas caras que protagonizam os projectos. É pior para Marques Mendes ter Carmona em segundo do que António Costa ter ganho. Aparentemente nada funcionou na distrital de Lisboa. Mendes não consegue fazer valer as suas ideias no partido e as bases, especialmente estas de grandes distritais, não ligam nenhuma ao que diz. Ainda que com grande parte das freguesias e a Assembleia Municipal, o PSD dividiu-se numa campanha incipiente e sem sentido, onde quase ninguém fez companhia a Negrão, desejosos que estavam de acompanhar Carmona. Apenas fica por saber se é desta que Mendes cai, ou os potenciais candidatos ainda o vão deixar em lume brando até 2009. O CDS-PP perde aquilo que já não tinha, com a saída da Maria José. A possibilidade de manter um vereador, num partido cheio de gente pedante que até aprecia as oportunidades de aparecer na tv quando os congressos ou os conselhos nacionais acabam à estalada, mas que cada vez mais enfrenta uma crise de protagonistas sem precedentes. São sempre os mesmos, aos mesmos cargos e dão sempre uma enorme tónica de fim do mundo a tudo o que fazem, para ver se convencem mais uns parvinhos. Por vezes o fim do mundo acaba por acontecer e no CDS-PP acontece com uma sucessão dramática. Mais umas demissões que mais tarde ou mais cedo terão inevitavelmente que significar novos cargos e mais períodos de reflexão pessoal para saber se esse grande vulto do pega e larga da politica portuguesa, desta vez fica ou nos faz o especial fazer ir novamente embora para voltar mais perto de 2009. Etiquetas: Lisboa |
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