Das maiorias
As sondagens que surgiram hoje de manhã e as que ainda vão surgir entre hoje e amanhã nos jornais e televisões apontam aquilo que parece ser cada vez mais claro, com ou sem a ajuda de Cavaco. A campanha, os debates e os fenómenos associados à campanha como o programa dos Gatos Fedorentos têm tido muita audiência e Sócrates safou-se bem nos debates, não meteu a pata na poça nos gatos e o aparelho socialista tem tido uma capacidade de mobilização muito superior à do PSD e isso transparece na comunicação social, entre as salas escuras e pequenas do PSD e as praças cheias do PS. Cavaco, na sua inaceitável intervenção nesta campanha, acabou por dar argumentos ao PS para se considerar “referencial de estabilidade” e retirou argumentos ao PSD e à “asfixia democrática” apesar do maior impacto deste caso ainda não se encontrar reflectido nesta sondagem. Os resultados confirmam, mesmo com um elevado número de indecisos, uma tendência de voto no PS que assim pode começar a falar de maioria absoluta, ainda que ela esteja longe. Lembremos que o PS em 2005 ganhou uma maioria absoluta no parlamento sem a maioria dos votos expressos. Ao longo desta campanha surgiram noticias que no caso de um empate técnico entre PS e PSD, poderia ser o segundo partido mais votado a ter o maior número de deputados, circunstância que resulta das características próprias dos círculos eleitorais. Ora nesta sondagem o PS está com 40% das intenções de voto e em 2005 ficou pelos 45.5% e 120 deputados. Agora faltam 11 deputados a Sócrates para ter uma maioria absoluta num cenário em que todos os partidos sobem (ou mantêm no caso da CDU), a sua votação, à excepção do PS. Pode não bastar ao PS ter 45% dos votos no domingo para assegurar a maioria absoluta pois o eleitorado que está aqui em disputa parece ser o do BE e alguns indecisos entre o PS e o PSD, muito provavelmente um eleitorado mais informado e maioritariamente urbano onde se discute a esmagadora maioria dos deputados. |
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