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segunda-feira, setembro 21, 2009

A novela não acaba aqui...

No limite havia várias possibilidades nesta polémica das escutas. Ou o presidente se demitia, ou o primeiro-ministro se demitia ou era demitido, ou o assessor era despedido.
Sem nada dizer de esclarecedor, não desmentindo, nem lamentando não ter actuado a tempo, Cavaco opta, naturalmente, pela opção mais simples e despede o assessor. Logo, podemos agora presumir que a notícia foi efectivamente plantada. Que o Público se prestou a esse serviço e que por mais que a alguns pudesse agradar a ideia de Belém andar a ser vigiada por São bento, as escutas e o SIS não passam de um qualquer delírio de um assessor.
Mas isso não isenta Cavaco de responsabilidade e principalmente não o isenta de um esclarecimento ao país, ainda que seja feito após as eleições. Cavaco tem de deixar claro quem é que estava a ser ingénuo nesta história. Precisa de esclarecer sobre que tipo de segurança se pretende informar a seguir as eleições. E principalmente precisa de esclarecer se tinha conhecimento deste assunto há 17 meses e como permitiu que desde meados de Agosto se tivesse alimentado a ideia que o governo estaria mesmo a vigiar o presidente, com os custos políticos que isso tem. Quem exige rigor deve ser rigoroso a escrutinar a sua própria casa.
Para já, fica claro o tiro no pé de Manuela Ferreira Leite, que na passada semana aproveitou este assunto para fundamentar a fantasia da asfixia democrática. Cavaco pensava poder arrastar este assunto para lá das eleições, fazendo um favor à amiga, prevendo que se esta ganhasse o problema ficaria resolvido. Enganou-se e terá sido pressionado a agir antes das eleições e não teve outro remédio senão tirar o tapete à argumentação de Manuela.
Muitos falaram do importante papel de Cavaco num país com um governo minoritário a sair de dia 27. Com estes acontecimentos, Cavaco interveio ou permitiu que seus colaboradores interviessem, directamente na campanha eleitoral e deixa-se arrastar para uma posição de fragilidade se o vencedor acabar por ser o PS. Especialmente porque parece que o PS à conta deste assunto, não se vai atirar às canelas de Cavaco mas sim às de Manuela.

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Comments on "A novela não acaba aqui..."

 

Anonymous h. horta said ... (setembro 22, 2009 1:46 da manhã) : 

O facto de Manuela Ferreira Leite (com pretexto das supostas escutas em Belém a mando de São Bento) ter vindo falar em asfixia democrática no nosso pais é a meu ver uma falta de seriedade a nível político e ideológico constrangedora, ainda mais quando é dito por alguém que tem "a verdade" como cavalo de batalha nesta campanha eleitoral, ainda mais quando é dito por uma líder de um partido que como é do conhecimento de todos de facto asfixia a democracia na região autónoma da Madeira.
Quanto a Cavaco, só ha duas saídas se este senhor tiver um pingo de dignidade política e um pouco de respeito pelo povo português, ou esclarece de imediato toda esta situação e não deixa o pais caminhar para eleições neste clima de desconfiança ou então espera o resultado das eleições, esclarece então o que tem a esclarecer, assume as responsabilidades que tem e pede demissão (que ainda se tornará mais necessária com a provável vitoria do PS).
Mas como este senhor a única coisa que tem na cara é a total incapacidade de se exprimir, tudo ficara na mesma.
Tal como hoje ouvi na TV, Cavaco ficara para a historia como o pior PR desde o 25/74.
Urge o aparecimento de um peso pesado de esquerda nas próximas presidenciais para varrer este senhor de Belém

 

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