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segunda-feira, setembro 12, 2005

A/C Senhor Nuno Monteiro

Resposta ao senhor Nuno Monteiro (teria grande prazer em conhecer a sua profissão, na qual, pelo zelo profissional que evidencia relativamente à profissão dos outros, nomeadamente os professores, aposto que será um funcionário exemplar): Quadratura do Círculo, dia 6 de Junho de 2005.
Senhor Monteiro:
Lamentavelmente só hoje li a sua profundíssima análise à classe dos preguiçosos, perdão, professores, que (bem feita!) terão que cumprir a sua componente não lectiva nas escolas.
Sou educadora de infância há 25 anos, e faço parte (na minha modestíssima opinião, embora não me custe obviamente admitir que o senhor, com o seu elevadíssimo grau de exigência, possa discordar em absoluto daquela) dos tais "professores competentes" que o senhor, num rasgo de magnanimidade, admitiu existirem. Hélas, e aqui destruirei completamente, perante o senhor, a minha reputação, uma vez que considero ser possível acumular a competência com o fazer parte dum sindicato "esquerdista e corporativo".
Uma vez que amanhã é (para mim, não sei se para o senhor) dia de trabalho, não me alongarei sobre sobre algumas considerações que eufemisticamente apelidarei de "não verdadeiras", que o senhor, sem dúvida por lapso, entendeu registar, nomeadamente:
1) "apenas os professores dão pareceres sobre educação" (de facto, é raríssimo ouvir-se nos media qualquer referência à Educação e às escolas);
2) "nas escolas não há condições de trabalho; não as criam" (os preguiçosos, perdão professores), porque "não interessa"; relativamente a este assunto, há-de lembrar-me de lhe enviar algumas fotos sobre muitas das escolas do 1º ciclo e Pré-Escolar da Província (presumo que o senhor seja um cosmopolita lisboeta) que são a minha realidade mais próxima;
3) a "componente lectiva fica suspensa durante determinados períodos"; muito bem, poderemos admitir que ao contrário de todas as outras crianças da Europa (diria quase do mundo) as crianças portuguesas fossem as únicas a permanecer na escola 365 dias por ano (incluo fins de semana, porque já agora, se eles pudessem também estar ocupados nesses dias...) para que os professores nunca pudessem interromper a sua actividade lectiva;
4) O "estatuto do pessoal docente é um absurdo"; não me darei ao trabalho de comentar, uma vez que o senhor, sem dúvida por lapso, negligenciou explicar porquê;
5) "os professores portugueses são na Europa os que mais ganham", infelizmente, caro senhor, ir recolher dados neste momento sobre este assunto iria tomar-me muito tempo; assim, posso apenas dizer-lhe que uma colega e grande amiga espanhola, Maria de Jesús, tem menos tempo de serviço do que eu, é também educadora, e aufere quase o dobro do meu vencimento. Mas um dia voltaremos a este assunto, porque irei certamente documentar-me. (A não ser, evidentemente, que estivesse apenas e exclusivamente a referir-se a países de Leste...);
6) e finalmente: "há tanto tempo disponível no horário de trabalho dos docentes...": o excedente da componente lectiva dos docentes do Pré-Escolar e do 1º ciclo, que o senhor, apesar de tão bem informado, também eventualmente por lapso terá omitido, é exactamente de 10 horas, para perfazer as 35 semanais. Nestas duas carreiras não existe qualquer tipo de redução.
E para um maior esclarecimento relativamente ao que se faz nestas "horitas" em que não estamos com os meninos, queira o senhor ter a paciência de ler até ao fim as actividades nas quais uma educadora de infância "perde" o seu tempo:
ACTIVIDADE NÃO LECTIVA EM JARDIM DE INFÂNCIA
a) A Realizar No Espaço Escolar
1. Reuniões E Contactos
Atendimento semanal a encarregados de educação; Reunião semanal com educador dos apoios educativos para planificação e avaliação das actividades realizadas; Reunião semanal com acompanhantes dos almoços; Reunião semanal com pessoal da componente de apoio à família; Reunião com professores do 1º ano do 1º ciclo, para articulação e planificação de projectos em comum; Reunião com outros professores para realização de actividades comuns, constantes no Plano Anual de Actividades; Reunião com educadores de outro(s) jardins de infância, para programação/desenvolvimento de projectos em comum; Reunião diária com a auxiliar de acção educativa, para triangulação das observações realizadas no decurso das actividades lectivas, e para planeamento e preparação das actividades do dia seguinte; Contactos telefónicos com outros técnicos que acompanham a criança (serviço social, de saúde, terapias, …); Contactos telefónicos com instituições – Museus, Exploratório, Exposições, Biblioteca, Serviços da comunidade (Correio, Bombeiros, Polícia, Centro de Saúde…) para actividades a realizar que possam incluir este tipo de serviços; Contactos com pessoas do meio para preparação de visitas /saídas; Organização e compilação de material para realização do jornal escolar (colaboração de crianças, pais, auxiliar de acção educativa, outros jardins de infância, Agrupamento, organismos locais…); Reuniões com Associações de Pais e ou seus representantes; Reuniões de Supervisão Pedagógica dos alunos estagiários.
2. Organização Das Actividades Lectivas (A Sala De Actividades Como Manual Do Jardim De Infância)
Preparação do material necessário para o dia seguinte, de acordo com as actividades de Pequeno Grupo e Grande Grupo planificadas, tendo em conta as áreas de conteúdo da Orientações Curriculares; Renovação e exposição de trabalhos realizados nos placares; Colocação de "desafios cognitivos" (propostas de actividades, tarefas, ou materiais diferentes), nas várias áreas de actividade da sala: Escrita, Construções, Matemática, Experiências/Ciências, Biblioteca, Desenho, Modelagem, Pintura, Construção a 3 dimensões, Jogos didácticos; Análise, construção e/ou refazer dos instrumentos de trabalho utilizados no dia a dia: Quadro das presenças / Diário
/ Plano de Actividades / Quadro dos nomes / Quadro das áreas / Regras do grupo / Quadro dos aniversários / Gráficos das Presenças, Faltas, do Tempo, Idades, Alturas e outros / Mapa de Tarefas / Propostas de Projectos / Placar sobre projectos a decorrer / Registo de experiências realizadas / Organização / Exposição de material recolhido em visitas e saídas, com registo dos comentários e observações das crianças; Análise do(s) projecto(s) de investigação em curso, realizado(s) por pequenos grupos de crianças, reflectindo sobre a sua continuidade de forma a abranger todas as áreas de conteúdo (procurar e colocar à disposição das crianças materiais ou pistas – livros, jornais, sites da Internet), para o aprofundamento da pesquisa, segundo o método científico (Orientações Curriculares); Complexificar os projectos de construção iniciados pelas crianças, incluindo novos materiais nas áreas de actividade onde estes decorrem; Dar continuidade a projectos de construção de grande porte, como por exemplo transformar a área do jogo simbólico em castelo, praia, hospital, floresta, oceano, estação de correios, etc, de acordo com os projectos de investigação em curso; Recolha e registo de adivinhas, lengalengas, histórias tradicionais, receitas, etc, a incluir, após passados a escrito e ilustrados, na área da leitura; Construção de material pedagógico - jogos didácticos, relacionados com matemática e escrita, propostas ilustradas de experiências científicas a desenvolver, reproduções de quadros de artistas plásticos para realização de puzzles e outros, fotos das actividades para sequências e utilização na área da escrita, construção de fantoches e teatro de sombras...
3. Documentação Das Aprendizagens Da Criança
Recolha, organização e análise das amostras de trabalho das crianças, realizadas ao longo do dia, nas diferentes áreas de actividade; Organização e análise das observações efectuadas, através do registo descritivo das ocorrências significativas realizadas ao longo do dia; Preenchimento de folhas de registo relativamente à documentação já recolhida sobre as crianças, de modo a garantir que todas as crianças tenham informações para posterior avaliação das aprendizagens; Organização do portfolio individual da criança.
4. Gestão E Administração
Preenchimento de diversos mapas; Arquivo de correspondência (recebida e expedida); Requisição de material; Levantamento de necessidades materiais e equipamentos; Levantamento de necessidades de manutenção e reparação de Espaços / Materiais e diligências no sentido da sua resolução.
b) Trabalho Individual
Programação e planificação das actividades lectivas; Redacção de actas; Elaboração de relatórios descritivos sobre as aprendizagens e /ou dificuldades da criança (para possível encaminhamento); Preparação das reuniões com os diferentes intervenientes; Pesquisa bibliográfica / internet; Aquisição de materiais / equipamentos.
Então? Leu até ao fim? E parece-lhe ainda que para além das 25 horas semanais lectivas se faz pouco trabalho? Meu caro senhor: para um professor /educador "competente", 10 horas não lectivas são muito pouco; de tal modo que a maioria dos colegas com quem trabalho, excede, em muito, as 35 horas que o Ministério (principescamente) nos paga.
E não vou maçá-lo com pormenores como o dinheiro que gasto em gasolina (no meu carro), telefone (pessoal) material didáctico (a verba do Ministério é francamente insuficiente), papel, material de computador, livros de actualização, formações... para os quais os professores não têm quaisquer ajudas de custo.
Contudo, e se apesar de tudo isto achar que esta profissão é de facto "atractiva"... pode sempre tentar ser mais um dos "dezenas de milhar que se candidatam todos os anos"...
Boa sorte, futuro colega.

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Comments on "A/C Senhor Nuno Monteiro"

 

Blogger José Raposo said ... (setembro 13, 2005 9:19 da manhã) : 

Excelente. Realmente o nosso país vive ainda numa espécie de nostalgia rural em que aparentemente toda a gente tem algo a dizer sobre a profissão dos outros embora não faça a mais pequena ideia do que fazem. É uma espécie de ideia que pregar pregos e plantar couves toda a gente consegue... O caso dos professores é de facto o mais gritante devido ao impacto que têm na vida das familias e devido à exposição mediática do assunto. Pode ter-se que fazer muita coisa na educação e nem tudo irá certamente agradar aos professores, mas chamar de preguiçosos, pessoas que se sujeitam ao que essa profissão obriga é no minimo insultuoso.

 

Anonymous Anónimo said ... (dezembro 03, 2005 10:46 da manhã) : 

Esta semana foi escolhida pelos sindicatos docentes como semana de luta.
Vão chover as afirmações demagógicas na defesa de um “status quo” insustentável.
Situação bem prognosticada pela actual equipa ministerial. A que se sucederam as medidas correctoras. Na sua maioria, bem tomadas.
Realmente, como argumentam os sindicatos, estas não são medidas directamente determinantes para a melhoria educativa do sistema.
Mas são medidas incontornáveis para que outras medidas (em falta) possam ter sucesso.
Os sindicatos vão protestar. Como se lhe é exigido. Mas tudo seguirá em frente, pois as medidas são inatacáveis na sua bondade e objectivos (excepto quando se lhe junta uma boa dose de demagogia e contra-informação).
Para além disso, um bom grupo de actuais decisores (das equipas ministeriais e deputados) provém dos mesmos sindicatos… Assim, vão fazer o seu folclore, justificando-se perante os seus associados docentes e tudo passará. Mas, o que está em causa? (...)

Idade de reforma aumentada
Medida não específica para o sector. Aplicável e aplicada a todos os trabalhadores portugueses. A questão prende-se com a insustentabilidade do sistema. Os descontos do anterior período (carreira) de trabalho não chegavam para a retribuição devida em período de reforma. Nada mais simples. É necessário redefinir esses períodos a fim de os adaptar à nova (e crescente) perspectiva de tempo de vida.

Congelamento de progressão das carreiras
Até se definir condições (razoáveis) para que os docentes possam progredir nas carreiras as mesmas estão congeladas. Nada mais correcto. Afinal todos os docentes atingiam o topo da carreira. Nenhuma selecção, nenhum prémio, nada que motivasse os docentes a serem melhores. Todos lá chegavam. Dizem os sindicatos que havia avaliação. Pois. E todos eram muito bons… A progressão era assegurada a todos através de um sistema de créditos de formação que, muitas vezes versava … o sexo dos anjos.

Contenção de Ordenados
Medida não específica para o sector. Aplicável e aplicada a todos os trabalhadores portugueses. Por razões muito discutidas. O Estado paga mais do que recebe. Ao contrário do que querem fazer querer os sindicatos, esta medida não é penalizadora para a classe. Obtiveram nos últimos vinte anos um nível de rendimento sem paralelo na Europa desenvolvida. Os professores recebem, no topo da carreira, 3 vezes o PIB nacional. O pais que se segue, nesse ranking, atribui apenas o dobro do PIB e a média Europeia regista uma vez e meia esse referencial. Para além do facto desses valores máximos, nos outros países, serem atribuídos apenas aos docentes que chegam ao topo da carreira (e que são todos, em Portugal).

Mais horas nas Escolas
Não são mais horas de trabalho. Não. São algumas horas, das devidas por qualquer trabalhador (35 horas semanais), que passam a ser realizadas, como obrigação, na Escola. É preciso clarificar isto: os docentes (a partir do 2º Ciclo), com a idade, vão reduzindo as suas horas semanais de aulas (horas lectivas ou curriculares). De 22 ou 24 horas no início da carreira, até as 12 horas (ou menos) no final. As horas que sobram, até às 35 horas, são denominadas de horas não lectivas. Antes, desregradas. Agora com algumas regras. São aplicáveis em actividades (que não lectivas – aulas), como clubes, actividades, biblioteca, cargos de gestão intermédia, visitas de estudo, substituição de colegas (ver mais à frente), formação a colegas mais novos, etc. E se não são aplicáveis em todas, deviam-no passar a ser. Dizem os sindicatos que não têm condições para esse trabalho nas escolas. Falso na maioria das situações: afinal essas funções sempre foram cumpridas nas escolas. Apenas eram remuneradas como extras. Tinham espaços. Agora já não? E o trabalho pessoal, de preparação de aulas? Se não existem condições, rapidamente aparecerão. Afinal, antes, não existiam e não interessava que existissem… como se vê na argumentação apresentada pelos sindicatos. Afinal quem manda nas escolas (ver mais à frente) são os professores. Que não deixam nunca, por mãos alheias, as suas necessidades. E estamos a falar de uma hora diária por professor. Certamente não vão exigir um gabinete próprio para cada docente, para esse efeito…
Mas até toda esta argumentação apenas se aplica a uma parte do ano. Aquelas em que os docentes estão em aulas… Porque, durante cerca de 4 meses não têm qualquer horário lectivo. Ficam com 35 horas semanais livres para melhorarem a Escola (na escola) e liberta-la dos últimos lugares do ranking europeu. Sem prejuízo das suas férias, de períodos de formação e de outras actividades (exames, preparação ano lectivo seguinte, etc). Nesses períodos há muitas horas, espaços e matéria para trabalharem.

Substituição de professores
Porque existirá esta necessidade nas Escolas? A necessidade de substituir? Porque, das duas uma: ou os professores faltam (feriados) e porque os horários são mal feitos (furos). As faltas podem ou não ser lícitas. É outra discussão. Os furos, não devem existir. Porque os horários devem ser feitos (por professores) para assegurarem bons horários para os alunos (e não para os professores).
Mas, seja como for, há feriados (mais) e furos (menos). Mas também há mais horas a ocupar, até que a família possa estar em casa. Incluem-se (deveriam ser incluídas) os dias sem actividades lectivas. E estes períodos, por razões válidas, devem ser ocupados. E porque não, por professores dentro do seu horário não lectivo?
As Escolas, nos tempos actuais, exigem segurança. As famílias precisam de ter a certeza que as suas crianças e jovens estão bem e devidamente enquadrados. A Escola deve assegurar isso. As novas regras são bem vindas. Os demagogos virão com a estória recorrente do “armazém”. Que a Escola não é armazém… Demagogia pura.
O argumento do professor de filosofia a cobrir a falta do colega de educação física é demagógico. Não é exigível a transmissão de qualquer conteúdo curricular (nem de filosofia, nem de educação física) nessas horas. Apenas o enquadramento de um espaço temporal (hora e meia) onde podem ser lançados aos alunos, temas de discussão actualizados. Ao professor apenas se pede que o seja. Que seja Professor. Que enquadre os alunos numa actividade que falta, decididamente, ao dia a dia, dos nossos alunos. Um período livre de discussão livre. Daniel Sampaio caracterizou, recentemente, muito bem, este tipo de actividade em artigo publicado. Infelizmente, temos visto e vamos ver esta semana muitos demagogos a argumentar demagogicamente lançando demagogia nos órgãos de comunicação social sobre este assunto.

Contratos de três e quatro anos
Nada mais correcto. Todos sempre falaram da estabilidade dos quadros de escolas. Da sua necessidade. Curiosamente, esse argumentário, da parte dos sindicatos, revela agora, quanto era demagógico. Apenas seria um objectivo válido (a estabilidade) se fosse no sentido de beneficiar o docente que, sem um contrato mais longo (mais do que um ano) poderia ser dispensado pelo sistema no ano seguinte. Aí, sim. Viva a estabilidade. Quando essa estabilidade é conseguida pela fixação do docente contra a sua vontade, já não interessa. Sim. Segundo a Sra. Ministra, todos os anos, 70% dos docentes do quadro das escolas pede para mudar. Ou seja, concorre a outro quadro de outra escola. Como pode haver estabilidade assim? Não haveria nunca. Com as novas regras, todos os docentes poderão chegar à sua escola preferida no mesmo tempo (lá para o meio da sua carreira). Simplesmente, a partir de agora, darão vários passos maiores de três em três ou em quatro em quatro anos, em vez de muitos mais pequenos passos anuais. Simplificam-se os complexos concursos anuais e estabilizam-se realmente, pela primeira vez, as escolas. Os professores terão tempo para se interessar. No seu trabalha numa qualquer escola. Pois lá ficará 3 ou 4 anos. Não apenas um. Custará muito aos sindicatos entender a bondade desta decisão?

O que falta fazer
Uma Gestão profissionalizada das Escolas. O actual sistema é totalmente desequilibrado. Sem prejuízo da elegibilidade, pelos docentes, de um Conselho Pedagógico, a gestão das escolas deverá evoluir para um sistema profissionalizado. Os gestores, com formação específica, deverão responder à tutela e circularem, por concurso, entre as escolas.

A Educação Pré-Escolar e o 1º Ciclo deverão ser autonomizados em relação aos agrupamentos verticais. Através do reordenamento da rede escolar (primeiro), encerrando escolas que, unidas num edifício, adquirem “massa critica” para a sua própria gestão e auto-suficiência. Uma Escola a Tempo Inteiro efectiva, com recursos próprios (educadores e professores de 1º Ciclo) e não provenientes do exterior (contratados esporadicamente pelas Câmaras ou vindos e idos das EB23S sede de agrupamento em complemento de horários).
Fundamental, será exigível a avaliação nacional dos alunos no final de cada ciclo (4º, 6º, 9º e 12º anos). Só assim, será possível avaliar escolas. Medindo, não os resultados em final de ciclo, mas a mais valia obtida entre a ultima e essa avaliação.
Finalmente, a avaliação dos docentes. Que, efectuada (o que não é tarefa fácil) permitirá distinguir e promover (na carreira) os melhores… O que custará muito aos sindicatos. Não o facto de se salientar e valorizar os bons. Mas porque, detectando os bons, vão também ser referenciados os outros (não tão bons, medíocres e maus).
Terminando: estas medidas em nada vão prejudicar os bons professores. Os cumpridores. Os que sempre o foram e, com estas medidas até vão ser beneficiados. Pois os colegas vão ter que se chegar a eles, e á sua produtividade…
Nuno Monteiro


http://quadraturadocirculo.blogs.sapo.pt/arquivo/846767.html

 

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