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terça-feira, outubro 18, 2005

Eu e a PT


Mas a PT tinha um nome a defender. Uma vez passada a crise, resolvi lhe dar uma segunda oportunidade. Pois bem, o que fez a PT? Emite duas facturas num intervalo de 48 horas, sendo correcta apenas a segunda. Sem me aperceber do que me estava a acontecer, paguei sem querer as duas facturas. Resultado: a PT ficou-me a dever cerca de 15 euros. Acabei por aprender uma coisa: a PT pode gastar milhões a patrocinar os 3 (!) grandes do futebol português, mas não é capaz de honrar as suas dívidas para com os seus próprios clientes (no meu caso, ex-cliente por uma questão de sanidade mental). Isto aconteceu em Outubro de 2004 e só consegui recuperar o dinheiro, a muito custo, Agosto de 2005! Quase um ano depois!
Mas coisa teve os seus momentos: Todas as vezes que telefonava ao Serviço de Apoio ao Cliente só obtinha duas respostas: «Lamento, mas não é possível aceder a esses dados...» ou «O cheque já foi emitido e deve já ir a caminho». Esta era a minha favorita! Durante meses e meses «O cheque vinha aí». Aos poucos fui-me tornando cliente assíduo da Loja PT: «E então? Esse cheque?». Uma vez, em desespero de causa, a mesma funcionária da outra história, fez-me chegar às mãos um papelito amarrotado com o número da «Sr.ª Dr.ª responsável pelos cheques». A srª drª de Lisboa! Da própria sede da PT! Imaginei-a fechada numa cave à beira Tejo a despachar uma montanha de cheques coadjuvada por um prole de anões yuppies ao som dos coros de Zbigniew Preisner. Não lhe telefonei. Achei tudo aquilo demasiado balcânico para ser verdade. Tratei de esquecer o assunto. Meses depois, numa daquelas tardes de Primavera, a minha mulher, qual Pandora, lança a pergunta: «Ouve lá, a PT já devolveu o dinheiro?». Foi então que tive o meu momento Mário-Henrique Leiria e fui fazer um gin-tonic. Meia hora depois estava pronto para escrever este mail à PT:

«Exmos Srs
Já por várias vezes tive o desprazer de contactar os vossos serviços (via Serviço a Clientes ou junto do balcão da loja da Rua FernandesTomás) no sentido de ser reembolsado do valor que me foi cobrado em excesso pela PT Comunicações SA. Desde de OUTUBRO DE 2004 (!) que aguardo, com cada vez menos paciência, que a PT se digne de liquidar esta dívida de valor tão miserável (15.07 euros) que fico com vergonha de ter tanto trabalho para a cobrar. Deixo aqui todos os dados necessários para que os vossos diligentes serviços possam com a maior brevidade possível reembolsar os 15 euritos que me são devidos. Já agora: creio que não ficava nada mal um pedido de desculpa e até mesmoa oferta de um pacote de chamadas em jeito de compensação por toda esta pouca vergonha. Mas talvez seja pedir demais à PT...
Factura 1
Nº Facturação: XXXXXXXX
Nº Cliente: XXXXXXXXX
Nº Contribuinte: XXXXXXX
Nº Conta: XXXXXXXXXX
Data de emissão: 06 Out 2004
Total a pagar: 38,59 Euros
Factura 2
Nº Facturação: XXXXXXXX
Nº Cliente: XXXXXXXXX
Nº Contribuinte: XXXXXXXX
Nº Conta: XXXXXXXXX
Data de emissão: 08 Out 2004
Total a pagar: 23,52 Euros
(Diferença entre Factura 1 e Factura 2: 15,07 Euros)
Como cliente cumpridor das suas obrigações paguei atempadamente as duas facturas. Junto do balcão acima referido procurei esclarecer o porquê desta facturação tão estranha. Fui esclarecido de que teria havido um erro e de que a segunda factura vinha corrigir a primeira, mas como eu já havia pago as duas seria prontamente reembolsado pela PT. Pois bem! Até hoje...
Aproveito para informar que a morada para onde deve ser enviado o cheque juntamente com o pedido de desculpas é a seguinte:
XXXXXXXXXXXXXXX, 1ºEsq., 4050-XXX Porto.
Cumprimentos
David Afonso – um cliente PT nada satisfeito)»

Eis a resposta:

«Estimado Cliente
Na sequencia do e-mail que nos enviou, informamos que ja foi providenciado o envio do cheque para a morada indicada. Desde ja apresentamos o nosso pedido de desculpa pelos transtornos involuntariamente causados. Com os melhores cumprimentos
Servico de Apoio ao Cliente
Paula Mendes»

E a profecia cumpriu-se. Finalmente recebi o cheque. Mas nem uma penitência nem um desagravo sequer. Apenas aquele frouxo pedido de desculpas do mail. Também já não me serviriam para nada. Abandonei a PT à sua sorte e migrei. Mas isso é já outra estória.

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