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sexta-feira, agosto 25, 2006

Em Bilbao



A Bilbao vai-se para ver o Guggenheim e, com alguma sorte, uma qualquer exposição interessante no Museo de Bellas Artes de Bilbao. Eu tive sorte porque apanhei o Malévich quase integral (mais de 100 obras!). Por aí a viagem já teria valido a pena. E é de referir que vi Malévich de graça (!) porque às quartas-feiras a entrada é gratuita para todos (Serralves, por exemplo, só oferece esta regalia aos domingos de manhã). Mas o prato forte é e será sempre o projecto de Frank Gehry e, eventualmente, a exposição temporária que se encontra lá dentro, para além da obra residente de Richard Serra (ver fotos clandestinas;). Desta feita também fui bafejado pela sorte porque a exposição temporária era apenas RUSSIA! – uma gigantesca retrospectiva da arte russa desde os ícones e arte sacra até à arte contemporânea, passando pelos vários ismos sem esquecer, claro está, o realismo socialista (meus caros, ver a arte estalinista ao vivo é outra fruta...). É uma das exposições mais importantes a decorrer na Europa, não só pela relevância histórica e estética dos exemplares expostos, como também porque se trata da única oportunidade de os vermos todos reunidos. Se assim não fosse, para ver as obras aqui expostas teriamos de fazer um périplo por vários museus russos, europeus e americanos.


Agora devo dizer que os portugueses não saiem lá muito bem tratados do Guggenheim. Apesar de existir informação impressa em várias línguas, incluíndo em Galego e em Euskara, português nada! A situação repete-se também no serviço de audio-guia. É claro que apontei na ocasião esta falha e a resposta que me foi dada não me satisfez. Segundo os serviços do museu a inexistência de informação em português deve-se ao facto de existirem poucos turistas portugueses. Ora, ao que parece os serviços de turismo de Euskadi não estão de acordo com o Guggenheim, já que têm à nossa disposição toda a informação da praxe em boa língua lusa. Aliás, eu próprio constatei a presença de muitos (pá, mesmo, mesmo muitos...) portugueses nas ruas de Bilbao e no hotel onde fiquei hospedado. Ainda por cima somos vizinhos! E uma língua transcontinental, caramba! Não somos propriamente uma lingua perdida no norte de espanha que ninguém fala...
Bom, mas há mais: enquanto admirava o quadro pintado por Karl Briulov em 1834, inspirado no episódio de Inês de Castro, apercebi-me de uma besteira sem tamanho. O audio-guia «explicava» que se tratava de uma obra inspirada nos versos de um poeta romântico português chamado Luís de Camões! Luís de Camões poeta romântico! Essa é boa! Este espanhóis têm cá uma graça...



(Este nosso amigo galego também gostou do quadro – ou do motivo? – mas não se apercebeu da gralha. Nem os galegos nos valem?...)

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Comments on "Em Bilbao"

 

Blogger Luís Bonifácio said ... (agosto 26, 2006 1:32 da manhã) : 

Estás em Espanha, não vejo motivos para haver queixas.
Só a nossa classe politica (e uma grande parte da sociedade) é que não quer ver

 

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