Crime, disse ela - A Injúria [2]
Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra de 11-10-2006, Proc. n.º 833/04.9GAVNO.C1: «2. Os termos, palavras ou expressões tornam-se injuriosas, ou ofensivas do bom nome e consideração alheias, não pelo significado constante de qualquer dicionário, mas pela conotação que lhes é dada pelo povo. 3. Chamar “cromos” aos soldados da GNR no exercício das suas funções, embora não possa ser considerada uma injúria muito gravosa, não deixa de ser injúria.» O Tribunal da Relação apenas confirmou a decisão da 1ª instância, que condenara o arguido. Eis um pequeno excerto do recurso do arguido: «1. A expressão vocês são uns cromos não é injuriosa. 2. A palavra cromo que antes referia um metal, o crómio passou a ser também utilizada como gravura, pequeno desenho ou fotografia que era colocado nas cadernetas em locais próprios geralmente eram fotografias de jogadores de futebol (os melhores) e estrelas de cinema, etc... 3. Gerações recentes apossaram-se da palavra para designar aquela pessoa que por qualquer razão se destacava das outras, que adquiria NOTORIEDADE. 4. Notoriedade que não é negativa e muito menos pejorativa. 5. O cromo é por exemplo, no programa MORANGOS COM ACÚCAR, manancial de neologismos, o bom estudante, aplicado, inteligente, esperto, o que tinha boas notas. 6. Este crómio é, pelos vistos, o contrário de comportamento do padrão usual- o mau aluno, o preguiçoso, malcriado, o que "chumba" anos consecutivos. 7. A expressão não é pois OBJECTIVAMENTE ofensiva de honra e consideração de ninguém.» Resta saber quem é o cromo nesta história. Leia mais: A Injúria [1] |
Publicado por Pedro Santos Cardoso às 09:20
Comments on "Crime, disse ela - A Injúria [2]"
Estes acórdãos são sempre uma comédia...