O novo estatuto dos professores e as associaçães de professores
A selva é densa. O número de professores destacados para sindicatos e associações ultrapassou o limite do razoável. Admito. Todavia, há que separar as águas: uma coisa são os sindicatos e outra coisa são as associações científicas especializadas. Quanto aos primeiros, nem percebo como o destacamento de professores para esse fim seja compatível com a manutenção do status de independência exigível (para mim, quem paga é o patrão...), pelo que, no limite, nem deveria existir a figura de «professor destacado» nos sindicatos. Quanto às associações de professores de pendor científico como as associações de professores de matemática, português, história e filosofia, entre outras, a situação parece-me ser outra. O que está aqui em causa são associações que têm por intuito investigar, aperfeiçoar e apoiar a actividade docente dentro dos seus próprios domínios. Fazem aquele trabalho que o próprio ministério da educação não sabe, não pode e talvez nem deva fazer. Estas associações têm vindo a desempenhar um papel exemplar na formação e apoios científico dos professores e algumas delas até na investigação e publicação. Destacar professores para estas associações não é uma despesa, mas um investimento. Não me parece que as associações – ao contrário dos sindicatos - tenham capacidade financeira para sustentar quadros especializados e nem que a sua existência seja prescindível. Que fazer? Por mim manter o actual sistema. Subsidiar directamente também não me parece uma boa opção, até porque o sistema actual tem funcionado. Quanto muito, mais disciplina e mair rigor. Mas daí a deitar a criança fora com o banho... PS: Outra hipótese que nem quero ponderar é a de que tudo isto não passa de um ajuste de contas do ministério com as associações de professores que o fizeram comer o pão que o diabo amassou nos exames nacionais. Etiquetas: Educação |
Publicado por David Afonso às 23:38
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