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Parece que andam por aí a espicaçar PR para este exercer o seu direito de veto sobre a lei que regulamentará a prática do aborto. Era de esperar que depois do naufrágio, que o NÃO se virasse para esta última e difícil cartada. O homem não pode fazer nada, meus senhores. Sim, lá vai recomendando “bom senso” e “ponderação”, mas quanto a veto dali não sairá nada. Que querem? Reparem bem nos números: Cavaco Silva foi eleito por 2.773.431 eleitores numas eleições em que a abstenção se ficou por uns 38,47% (seguramente menos, mas isso nunca saberemos com estes cadernos eleitorais) e o SIM ganhou com o voto de 2.238.053 eleitores num referendo que atingiu uma abstenção de 56,39%. Os números são muito idênticos e ainda há a considerar a redistribuição do voto daqueles eleitores que optaram pela abstenção no referendo mas que numas presidenciais certamente que não deixarão de exercer o seu dever cívico. É claro que não vou entrar aqui num devaneio à la Filipe Menezes e afirmar que os abstencionistas são todos do NÃO ou do SIM, basta apenas fazer a redistribuição de uma forma conservadora, ou seja, ponderando a proporção de um e de outro para se concluir que existe uma sobreposição no número de votos dos que elegeram Cavaco e dos que votaram SIM. É verdade que a maior parte deste eleitorado que votou a favor da mudança é de esquerda e não de direita, mas, meus senhores, não foi só com os votos da direita que Cavaco Silva chegou à PR. A esquerda deu o empurrão final. Tal como voltará a dar nas próximas presidenciais. E Cavaco Silva não está a tomar nenhuma posição ideológica, apenas está a fazer as suas contas de merceeiro. É este o labirinto da direita portuguesa que sem querer elegeu um Cavalo de Tróia da esquerda para a PR.
Comments on "O Cavalo de Tróia"
E, salvo erro, nas Presidenciais ainda há o voto dos emigrantes e nos Referendos não...
Sim, o que só vem reforçar o meu ponto de vista