Second life
Quem tem cá por cá uma vida aborrecida, pode tentar animar a coisa através do Second Life. No Second Life é-nos virtualmente permitido ter uma segunda vida: conhecer pessoas e conviver, procurar emprego, comprar e vender objectos, incluindo bens imóveis, quem sabe montar um negócio, enriquecer. Com a vantagem de os linden dollars (a moeda corrente no Second Life) serem convertíveis em verdadeiros dólares norte-americanos. Isto é, com US$ dollars verdadeiros pode-se adquirir linden dollars virtuais e com linden dollars virtuais pode-se adquirir US$ dollars verdadeiros, numa espécie - num autêntico - mercado monetário online, com cotações e até preço variável de terra por metro quadrado. Por exemplo, nas últimas 24h foram transaccionados US$1.610.687,00 verdadeiros. Second Life já existe desde 2003, e já ultrapassou os quatro milhões de residentes, alguns dos quais já terão feito fortuna. Não há muito tempo, foi criada a primeira embaixada no Second Life: por iniciativa do próprio governo real da Suécia. Quem controla o Second Life é o Linden Lab, composto pelos seus criadores. Com cada vez mais habitantes, é natural que o Second Life se vá aproximando do modo de funcionamento da realidade - até porque há a possibilidade, através deste jogo, de poder vir a enriquecer-se na vida real. Assim, tal como nas sociedades reais, formam-se grupos de interesses, lutando cada um pelos seus. Surgem agora os primeiros ataques terroristas: uma organização, auto-proclamada Second Life Liberation Army (SLLA), pretende reagir contra o modo de gestão do Second Life pelo Linden Lab (formado pelos proprietários do programa na vida real e virtual), o qual, afirma a SLLA, assemelha-se a um governo autoritário. O seu objectivo - o qual será perseguido mediante ataques bombistas às instalações virtuais do Linden Lab - é estabelecer o sufrágio universal no governo do Second Life e direitos fundamentais para os seus residentes, bem como o princípio da representatividade. Nobres, portanto, os seus desígnios. Mas, aqui como vida real, serão os fins justificados pelos meios? É curioso observar a imbricação entre o mundo real e o mundo virtual que o Second Life nos oferece. Qual o destino do real/virtual Linden Lab se os vários milhões de residentes, com tendência para aumentar, virtualmente se revoltarem? Quais as consequências no mercado de linden dollars / US$ dollars? Poderá a propriedade real do Linden Lab sobre o Second Life ser afectada pela pressão dos residentes virtuais? A ser afectada, haverá compensação financeira real? Qual a futura forma de governo? Os governantes virtuais serão pagos? Etiquetas: Futuro, Informática, Mundo virtual, Política |
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