Independente: a árvore na floresta
Mariano Gago fecha a Universidade Independente por «manifesta degradação pedagógica». Ora aí está uma atitude razoável. Resta, contudo uma questão: os alunos. O Ministério da Ciência tem a obrigação de preparar um plano de emergência para todos os alunos matriculados na Independente, não podendo lavar daí as mãos até porque que essa privada operava no sector era por consentimento do Ministério. Ainda outra questão: não seria esta uma boa ocasião para uma operação mãos limpas no ensino superior privado? Já são demasiados casos virem a público, para além daqueles que se fala por aí à boca pequena (por exemplo, consta que na Portucalense um curso de Pós-Graduação em Património não passou dos primeiros meses por desistência dos alunos, não porque o grau de dificuldade fosse muito elevado, mas porque a qualidade do curso era péssima). A Independente é apenas a árvore na floresta. Etiquetas: Educação, Universidade Independente |
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De facto os alunos não podem ser deixados ao abandono, nem os caloiros que lá cairam e agora estão sem pára-quedas, muito menos os finalistas que quase saíam a tempo. No tempo das vacas gordas e e quando nos surgiram em massa as privadas, não foi à revelia do governo ou ministério da Educação. Estas universidades tiveram de ser reconhecidas e os cursos acreditados, por esses orgãos.De salientar ainda que também existe ensino privado de qualidade, (a Católica tem sido um bom exemplo e a UAL) e universidades que não apreceram só para lavar dinheiro e dar ordenados chorudos a Assistentes e Regentes que só lá estão no papel. Não são só os alunos da Independente que estão com um cheque-mate, mas muitos outros de outras faculdades, já que acredito que agora mais do que nunca, o facto de terem no curriculo uma licenciatura numa privada, vai ser motivo de discriminação. Não devemos também esquecer que muitos estudantes estão hoje em privadas não porque tenham má média de acesso mas, porque trabalham e muitas faculdades públicas não têm ensino superior nocturno; outros porque já constituiram família e não podem ir estudar para fora, para não falar nos alunos com deficiência que na maioria das vezes só nas privadas têm condições externas e internas de acesso e frequência das aulas e instalações.
Tens toda a razão. Aliás, aproveito aqui a ocasião para manifestar o meu desagrado por a FLUP ter vindo a abandonar uma boa prática que era justamente a de disponibilizar vários cursos superiores em horário pós-laboral. O ensino superior recorrente não tem sido tomado em consideração pela maioria das instituições universitárias públicas, o que é estranho porque trata-se de um nicho de mercado muito apetecível (as privadas que o digam). Maus hábitos de quem está habituado a comer à mesa do orçamento de estado?